Ericsson planeja utilizar vidros inteligentes para compartilhar sinal de internet pela cidade (vídeo)

Ousado projeto da Ericsson pretende melhorar o acesso sem fio à internet desenvolvendo vidros com antenas embutidas em sua estrutura.

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A companhia vê oportunidades para usar essa tecnologia em residências, prédios comerciais e até em ônibus. As antenas nas janelas aumentariam o alcance do roteador Wi-Fi e permitiriam compartilhar o acesso à internet.

 

Realizado entre os dias 25 e 28 de fevereiro, em Barcelona, Espanha, o Mobile World Congress (MWC 2013) apresentou as últimas novidades ligadas, principalmente, ao setor de telefonia celular.

Durante o evento, as principais empresas do mundo da tecnologia estiveram reunidas para apresentar os seus lançamentos. Entre eles, um ousado projeto da Ericsson chamou a atenção. A companhia pretende melhorar o acesso sem fio à internet desenvolvendo vidros com sensores, antenas e circuitos eletrônicos embutidos em sua estrutura.

A Ericsson vê oportunidades para usar essa tecnologia em residências, prédios comerciais e até em ônibus e trens. Em casa ou num escritório, as antenas aumentariam o alcance do roteador Wi-Fi. Já num ônibus ou trem, elas poderiam captar o sinal de estações fixas de telefonia celular e compartilhar o acesso à internet com os passageiros.

“O tráfego de dados cresce exponencialmente na internet móvel. Como o espectro de radiofrequência é limitado, a rede celular tende a ficar congestionada. Uma forma de aliviar o congestionamento é transferir parte do tráfego de dados para redes Wi-Fi. Com antenas nas janelas, podemos levar o Wi-Fi a mais lugares”, disse, em entrevista a EXAME.com, Edvaldo Santos, diretor de inovação da Ericsson Brasil.

De fato, nove em cada dez operadoras de telefonia já usam ou planejam usar o Wi-Fi para desafogar a rede celular. Naturalmente, os pontos de acesso Wi-Fi não precisam estar nas janelas para isso. Mas, na visão da Ericsson, embuti-los no vidro trará diversas vantagens. “Podemos explorar as propriedades do vidro, que são muito interessantes”, diz Santos. Além das antenas, poderiam ser incorporados ao material sensores diversos.

A janela pode, por exemplo, ser transformada numa lousa digital, capaz de capturar o que as pessoas escrevem e desenham nela. O vidro também poderia funcionar como superfície de controle para aparelhos domésticos. Ícones desenhados nele indicariam onde tocar para ligar o ar condicionado e as luzes ou para abrir uma persiana motorizada, por exemplo.

A empresa também vislumbra o uso das janelas para captar energia solar por meio de células fotovoltaicas transparentes, uma tecnologia que ainda está em desenvolvimento. Considerando a enorme área envidraçada nos prédios atuais, seria possível captar uma quantidade significativa de energia dessa maneira. A janela ainda pode funcionar como sensor para um alarme. Se o vidro for quebrado, o alarme soa.

“Os sistemas de localização também ficariam mais precisos”, diz Santos. Hoje, um smartphone consegue determinar quem está dentro de determinado prédio. Como o GPS não funciona bem em ambientes fechados, ele usa as antenas de Wi-Fi e de telefonia celular como referência para isso.

“Com antenas espalhadas em maior número por todos os ambientes, o smartphone poderia estabelecer com exatidão em que parte do prédio a pessoa está. É uma informação que pode ser útil quando acontece uma emergência médica ou um incêndio, por exemplo”, diz Santos.

A Ericsson afirma que as tecnologias para aproveitamento das janelas já existem, e que esse cenário deve virar realidade dentro de poucos anos. Para Santos, a tendência é que a empresa faça acordos com fabricantes de vidro e de janelas para licenciar a tecnologia a eles.

O projeto da Ericsson, chamado “Window of Opportunity” (Janela de Oportunidade, em uma tradução livre), vem sendo desenvolvido na sede da empresa na Suécia. Este é um vídeo (em inglês) sobre ele: