Telas sem marcas de dedos

Pesquisadores alemães descobrem que revestimento de dióxido de titânio pode criar telas sensíveis ao toque sem impressões digitais.

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O ponto negativo da descoberta é que o revestimento precisa de uma hora de exposição ao sol para aderir ao vidro.

 

Pesquisadores do Fraunhofer Institute for Interfacial Engineering and Biotechnology (IGB), na Alemanha, há algum tempo estudam como o dióxido de titânio, um produto químico comumente encontrado em tintas, filtros solares e cosméticos, pode auxiliar no desenvolvimento de vidros à prova de oleosidade da pele, ou seja, sem as indesejadas marcas de impressões digitais.

De acordo com uma nova pesquisa, os cientistas descobriram que quando expostas à luz do sol, as moléculas de dióxido de titânio reagem quimicamente, liberando radicais livres que penetram a parede celular de bactérias e fungos, danificando seu DNA.

Uma equipe do instituto está trabalhando na criação de um revestimento de dióxido de titânio para ser aplicado em vidros para a construção civil e, principalmente, no emergente mercado de eletrônicos, revestindo telas sensíveis ao toque (touchscreen) de smartphones e tablets.

“Se aplicarmos uma camada fina de dióxido de titânio em uma superfície de vidro, como uma tela de smartphone, os óleos da pele e impressões digitais desaparecem do display gradualmente e sozinhas”, disse Michael Vergöhl, líder do grupo de pesquisa.

O ponto negativo da descoberta é que o revestimento precisa de uma hora de exposição ao sol para aderir ao vidro, um processo bastante inconveniente, já que a maioria das pessoas não iria gostar da ideia de deixar seus aparelhos tomando sol.

O próximo objetivo será fazer com que estas superfícies sejam ativadas pela própria iluminação do aparelho.

Anteriormente, pesquisadores do Instituto Max Planck, também na Alemanha, publicaram um artigo na revista Science em que afirmam terem desenvolvido uma técnica de beneficiamento capaz de proteger definitivamente uma superfície de vidro da oleosidade da pele e das marcas de impressões digitais.

O processo descrito pelos alemães é simples, porém bastante interessante. Primeiro eles submeteram uma lâmina de vidro ao fogo de uma vela. Isto levou à deposição de uma camada escura de fuligem na superfície do vidro. Os pesquisadores então constataram que essa camada, composta de microesferas com 30 a 40 nanômetros de diâmetro, possuía uma textura ideal para não permitir a aderência de óleos.

O único entrave a chegada dessa tela ao mercado é o fato de que eles ainda não desenvolveram uma técnica eficiente para implementar essa proteção em larga escala.

 

Fonte: Mashable