11/08/2010
Misturando origami e engenharia elétrica, pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologoa de Massachusetts) e de Harvard estão trabalhando em um robô reconfigurável, que pode assumir a forma de qualquer coisa.
A criação é baseada em um algoritmo que dobra uma fina folha de fibra de vidro e hidrocarbonetos até que ela fique com o formato do objeto tridimensional desejado.
Por enquanto, a equipe já conseguiu criar um protótipo que, dependendo dos sinais elétricos que recebe, assume a forma de um barco ou avião de papel.
A pesquisa começou com a professora Daniela Rus, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Em seu laboratório, ela já estudava a criação de robôs que pudessem trabalhar juntos em tarefas complicadas, peças capazes de se juntar para formar uma estrutura maior – como peças de Lego inteligentes.
A maioria das pesquisas com esse tipo de “Transformer” é focada nesses módulos separados que devem se agrupar. O problema é que fazer cada bloquinho localizar o próximo e se unir de forma correta é um trabalho complicado…
Por isso, Daniela investigou alternativas que não precisassem desse sistema de localização – e foi aí que outro pesquisador do MIT, Erik Demainem, se juntou ao projeto. Uma de suas linhas de pesquisa, a matemática dos origamis, acabou gerando a ideia de descartar bloquinhos separados de robôs e criar um único elemento de trabalho.
Assim, surgiu uma folha plana com pequenos músculos robóticos que poderiam se dobrar e formar objetos tridimensionais. Além da fibra de vidro e hidrocarbonetos, o protótipo possui um plástico elástico nas dobras. A folha é dividida em 16 quadrados de um centímetro de lado, cada um dividido em 2 triângulos, sendo cada triângulo dotado de um imã que o permite se ligar a seus vizinhos. Se dois quadrados dividem um canto, as dobras diagonais dentro deles são espelhadas.
A partir desse modelo, os pesquisadores criaram um algoritmo pode gerar uma seqüência de dobras capaz de produzir a forma desejada. O problema era que havia limitações físicas nos movimentos da folha, o que gerou a necessidade de um segundo algoritmo: este pega qualquer sequência de dobras e determina o número mínimo de “músculos” necessários para produzi-las.
As aplicações ainda são limitadas mas, no futuro, a equipe espera que divisões ainda menores na folha tornem possível a “dobradura” de qualquer forma. Eles citam, por exemplo, a possibilidade de “baixar” um novo modelo de celular, programando o hardware do mesmo jeito que se programa um software.
A pesquisa foi publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences
Por: Paula Rothman
Fonte: Info Abril