Essencial em qualquer construção, o bom e velho vidro vem ganhando ares futuristas graças aos avanços tecnológicos
Janelas que filtram raios infravermelhos, tetos que controlam a entrada de luz, divisórias que mudam de translúcida para fosca com um aperto de botão, portas de armário estampadas em altíssima definição. Os exemplos acima têm um material em comum: o vidro.
As novidades inspiram arquitetos a criar ambientes transparentes e imponentes. Se era preciso pensar no calor antes de escolher o vidro para o lugar de paredes e do teto numa casa, por exemplo, agora dá para usar e abusar dele, faça chuva ou faça sol, graças a modelos que filtram a entrada do sol e controlam a luminosidade. Pensando nisso, o arquiteto Caco Borges criou um bar anexo à área externa de uma propriedade, em Laranjeiras.
– Fiz uma estrutura metálica e deixei 88 metros quadrados totalmente transparentes – diz ele. – Seria um forno se não fosse o filtro solar dele.
Pedro Matta, gerente técnico da Guardian, uma das marcas que fabricam a novidade, explica que o processo se dá a partir de um “bombardeio iônico” e o resultado são “camadas e camadas de óxidos metálicos”. Em outras palavras, não é preciso mais de película para controlar a entrada de luz e calor – o que muitas vezes compromete o resultado estético. O que se vê é apenas um vidro, que pode ser mais ou menos reflexivo de acordo com o gosto de cada um, sem precisar mudar a película de tempos em tempos. Ele, aliás, tem sido muito usado mundo afora para cobrir fachadas de arranhas-céus.
– São conhecidos como vidros low-e, de baixa emissividade – explica.
Refúgio do campo em vidro e concreto armado
Em Petrópolis, o arquiteto Ricardo Serzedello escolheu um modelo ainda mais potente da mesma linha para poder deixar a vista de uma casa toda aberta para a natureza.
Uma preocupação do arquiteto foi conquistar claridade sem aquecer demais os interiores. Para isso, os vidros das janelas oferecem controle solar, com alta transmissão luminosa e pouco ganho de calor (modelo Silver 20, da Guardian).
Em ambos os lados, duas folhas (2,50 x 2 m) correm sobre trilhos, permitindo a ventilação cruzada.
– A obra é em concreto e vidro, então, deixei a tubulação pronta para instalar ar-condicionado, porque não sabia como seria o efeito térmico – conta Ricardo. – Mas, no fim, nem precisou de ar. O vidro controla a entrada de calor, e a temperatura dentro ficou ótima. De fato, a economia de energia com ar-condicionado pode chegar a 70%, de acordo com a fabricante.
Fonte: o globo