Utilizando um pequeno pedaço de vidro nanoestruturado com 1 milímetro de espessura, pesquisadores conseguiram armazenar 50 GB de memória
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Southampton descobriu uma maneira de armazenar 50 GB de dados em um pequeno pedaço de vidro com um milímetro de espessura. O grupo acredita que esta tecnologia será muito importante para o futuro das empresas, uma vez que o novo tipo de vidro pode servir como uma memória eterna para computadores.
Em um trabalho publicado na Applied Physics Letters, o professor Peter Kazansky, do Centro de Pesquisa em Optoeletrônicos da universidade e sua equipe, descrevem como o processo de gravação a laser, através de nanoestruturas de vidro, pode guardar informações para sempre.
O processo de armazenamento passa pelo uso de pontos minúsculos chamados voxels, que são embutidos na estrutura molecular de um vidro puro, feito apenas de sílica. Os pesquisadores descobriram como utilizar estes pontos para dobrar a luz que atravessa a “bolacha” de vidro, permitindo o armazenamento de dados, da mesma forma que ocorre com os cabos de fibra óptica.
Segundo o comunicado emitido pela Universidade, eles também descobriram uma forma de apagar e reescrever os dados através da alteração da posição dos voxels, que podem ser gravados em outros locais do vidro.
Quando comparado com outros tipos de armazenamento, como o DVD ou o Blu-ray, o vidro apresenta algumas vantagens. Aguenta temperaturas até cerca de 1000 graus e, uma vez que os voxels ficam no interior da estrutura do vidro, a informação permanece, virtualmente, para sempre e sem qualquer tipo de degradação de dados.
“Desenvolvemos um tipo de memória que permite armazenar dados no vidro que durem para sempre”, afirmou Martynas Beresna, chefe da equipe.
“Esta nova tecnologia será muito importante para as empresas, que agora são forçadas a criar cópias de segurança dos seus arquivos de cinco em cinco anos, devido sobretudo à durabilidade dos discos rígidos”, concluiu.
Outra vantagem da tecnologia em relação aos métodos semelhantes já disponíveis é o fato de que a novidade é 20 vezes mais barata, além de ser extremamente compacta.
Desde a publicação do trabalho que descreve o novo método, os pesquisadores já conseguiram avanços importantes e foram capazes de realizar gravações ópticas com cinco dimensões. Segundo Martynas Beresna, líder do projeto, a tecnologia significa a possibilidade de conservar dados por toda a eternidade em estruturas de vidro, algo que nunca havia sido feito anteriormente.
Atualmente, os pesquisadores trabalham junto à companhia Altechna, da Lituânia, para desenvolver meios de introduzir a novidade no mercado. Até o momento, não foi estipulada uma data para que isso comece a acontecer.
Processo de criação do Voxel
O processo consiste basicamente em mudar a maneira como a luz viaja no vidro puro de sílica. Nesse material são aplicados pulsos de laser super curtos que imprimem pequenos pontos na superfície – uma espécie de pixel 3D chamado Voxel. O vidro fica opaco e cria rodamoinhos de luz polarizada, que podem ser lidos da mesma maneira que os dados de fibra óptica.
Além de criar um novo tipo de memória de computador, a tecnologia pode levar a novos métodos de manipulação de objetos do tamanho de átomos, à gravação de imagens em resolução super alta e até mesmo no desenvolvimento de novos aceleradores de partículas.
Via: INFO Online