Feiras e eventos no Brasil movimentam mais de 3 bilhões de reais

Um negócio que atrai cada vez mais o interesse de empresas, visitantes e colaboradores

23/08/2010

 

Para se ter uma idéia do tamanho do setor, a União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe) estima que sejam realizadas 172 feiras e eventos de negócios no país até o final desse ano, com receita próxima a R$ 3,5 bilhões. Devem concentrar 38 mil expositores em seus eventos e receber um público de 4,6 milhões de pessoas, dispostas a conhecer produtos e serviços oferecidos pelas empresas.

“As feiras de negócios promovidas pelos associados da União Brasileira de Feiras (Ubrafe) atraem mais de 45 mil compradores internacionais, de 65 países. Praticamente todos os setores produtivos da indústria brasileira passam pelas feiras de negócios. Por isso, ficar de fora significa perder uma oportunidade única para conhecer e comparar, em poucos dias, a ampla oferta de soluções que o mercado oferece”, explica Armando Campos Mello, presidente-executivo.

De acordo com Milton Longobardi, diretor de Marketing da São Paulo Turismo (SPturis), o órgão possui uma política de apoio institucional específica a eventos realizados na cidade. “Envolve divulgação no site www.cidadedesaopaulo.com (que possui 400 mil visitas mensais) e presença nas redes sociais como Twitter e YouTube; possibilidade de instalação de uma central de informações turísticas; material promocional (guias, mapas e roteiros, entre outras); o manual de Turismo de Negócios e Incentivo (Mice), que é um canal de divulgação bastante útil para as empresas e organizadores que pretendem realizar eventos em São Paulo”, detalha.

Imagem fortalecida

Quando uma empresa decide participar de um determinado evento, leva em consideração alguns fatores importantes, como investimento, objetivo e retorno da ação, entre outros. Além desses aspectos, as companhias precisam ter total conhecimento do perfil do público que frequenta a feira, bem como certificar-se de que seja do seu interesse. “É fundamental avaliar as edições anteriores, a participação do público-alvo, número de clientes inscritos, as formas de divulgação (valores e meios), para assim tentarmos prever a repercussão”, conta Katia Sugimura, coordenadora de marketing da Saint-Gobain Glass, divisão de vidros do conglomerado industrial francês.

Já Regina Fogo, gerente de marketing do Grupo Estado, prioriza um grupo de fatores, para ela, determinantes para a decisão de investir ou não. “Levamos em conta o target das feiras que participamos, estimativa de público, potencialidade das empresas expositoras e o grau de visibilidade de nosso produto, bem como o fortalecimento de marca”, descreve.

Se os riscos precisam ser bem calculados para se participar de um evento, quem aprende a lidar com esse tipo de situação pode tirar bom proveito e utilizar o investimento em feiras de negócios como um aliado extremamente estratégico para novos negócios, ampliar a carteira de clientes e reforçar a marca. “Para se tornar uma ferramenta atrativa e lucrativa, as feiras de negócios devem ser direcionadas e focadas no público alvo. Esse é um fator primordial para render novos negócios e atrair a efetiva participação das empresas”, opina Katia Sugimura, da Saint-Gobain Glass.

Mercado competitivo

A missão das empresas especializadas na criação e montagem de estandes é árdua e desafiadora. As equipes que trabalham na execução de um projeto sempre precisam, independentemente da verba que disponibilizem, criar verdadeiras obras de arte. Os estandes são os cartões de visita de uma empresa no evento e, por esse motivo, requerem total zelo e cuidado por parte dos profissionais destacados para essa tarefa. Nos poucos metros de espaço disponíveis, há o desafio permanente de sintetizar a imagem de uma empresa. É aí que entra a experiência destes artistas.

Segundo Daniela Cunha, sócia-proprietária da Duo C, especializada em planejamento e montagem de estandes para feiras, as empresas usam vários artifícios para vencer a concorrência e chamar a atenção do público. “Alguns investem em arquitetura diferenciada, outros, em atrações ou degustação”, conta. O tamanho do estande e o orçamento, juntos, ajudam a definir estratégias: “Atrações pertinentes a espaços maiores não ficam bem menores e vice-versa. As empresas podem optar por investir verbas maiores em shows e apresentações ou valores enxutos em coquetéis”, ensina.

A Poli Design Projetos, empresa paulista com 20 anos de mercado e especializada na criação e execução de projetos de estandes e ações promocionais em eventos, atua neste setor de maneira diferenciada. Além de usar a criatividade como aliada, principalmente para clientes do setor farmacêutico, a companhia adota práticas sustentáveis. A empresa consegue, por meio de parcerias, produzir estandes isentos de emissões de gases de efeito estufa, utilizando boas práticas de transporte de equipamentos e pessoas e de redução de consumo de eletricidade em feiras e eventos. A Green Domus Desenvolvimento Sustentável, um dos parceiros da Poli Design, atua em projetos de redução certificada de emissões, inventário e consultoria em estratégia de sustentabilidade, desde 2005. Dessa forma, pode ajudar um cliente a estimar as emissões da atividade que queira neutralizar, oferecendo uma solução de remoção de pegada de carbono.

Um estande com sucesso de público nem sempre pode ser traduzido em eficiência comercial. Em muitos casos, as empresas que participam de eventos de negócios têm como objetivo atrair um público qualificado, aquele que realmente pode fazer a diferença num futuro negócio. Mas há meios e maneiras de se posicionar. “Ele precisa ter identificação com o produto e o consumidor. Criar uma atmosfera que gere ao menos curiosidade de conhecer, oferecendo algo que atraia o consumidor. Diria que ele precisa de design, beleza, identificação visual e clareza na exposição”, indica Ricardo Roessle Guimarães, da Poli Design Projetos. “Uma forma de apresentar o estande é fazer com que ele seja a extensão de uma campanha promocional que esteja sendo veiculada na mídia de massa”, acrescenta Getúlio Tamada, diretor da Hotma, especializada em arquitetura de eventos.

Fonte : portaldacomunicacao.uol