Primeira fábrica de vidros planos do Nordeste inicia sua construção anunciando aumento da capacidade produtiva e nova unidade no Sudeste
Na última quinta-feira (15), foi anunciado o lançamento da pedra fundamental da Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP), em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco. A solenidade, realizada numa tenda montada no terreno da fábrica, marcou o início da construção da primeira fábrica de vidros planos do Nordeste, que atenderá os segmentos da construção civil, moveleiro e automotivo, fornecendo vidros para a fábrica da Fiat, prevista para ser inaugurada também em Goiana em meados de 2014.
O grupo pernambucano Cornélio Brennand, controlador da CBVP, pretende investir mais de R$ 1 bilhão no setor de vidos planos no país. A planta de Goiana, primeira do Brasil viabilizada com capital 100% nacional, terá sua capacidade inicial ampliada, o anúncio foi feito durante o evento pelo presidente da companhia, Paulo Drummond.
O novo projeto inclui a instalação de uma usina de beneficiamento de matéria-prima e uma linha para produção de espelhos e vidros laminados. Projetada para 300 toneladas diárias, a produção da CBVP saltará para 900 toneladas por dia, e o investimento, que antes seria de R$ 330 milhões passou para R$ 770 milhões, explicou o executivo, que também anunciou uma segunda unidade, no Sudeste.
A planta de Goiana será inaugurada em 2013 e entrará em um mercado com um índice elevado de concentração, onde apenas quatro indústrias respondem pela grande maioria do mercado. A Cebrace e a Guardian, que fabricam vidro plano para a indústria da construção civil e automotiva; e Saint-Gobain Glass e União Brasileira de Vidros (UBV), fabricantes de vidro impresso. Drummond, adiantou também que mesmo antes de iniciar sua operacão, a fábrica já conta com uma carteira de 160 clientes e a expectativa é que as primeiras fornadas de vidro saiam entre julho e agosto.
Como grande diferencial, a fábrica da CBVP, que será construída em uma área de 90 mil metros quadrados, utilizará uma tecnologia inédita no Brasil, a L.E.M ( Low Energy Melter), que reduz o consumo de energia em até 20%, em comparação com a média mundial das indústrias de vidros planos.
A previsão é que sejam gerados cerca de 370 empregos diretos e mais de 1.500 indiretos. As operações na região Sudeste ainda não possuem endereço definido, mas de acordo com Drummond, uma consultoria especializada está analisando as melhores opções de local e um anúncio oficial deve ser feito em breve. A unidade consumirá pelo menos outros R$ 300 milhões em investimentos, segundo informações do presidente da CBVP.
Segundo o Valor, enquanto a fábrica não fica pronta, a empresa fomenta sua carteira de clientes com vidro importado. Um centro de logística no entorno do Porto de Suape, no litoral sul de Pernambuco, e outro na capital paulista servem de base para a distribuição do material, cujo país de origem não foi revelado pela CBVP, que alegou questões concorrenciais.
Grupo Cornélio Brennand
O Grupo Cornélio Brennand (GCB), de origem pernambucana, anunciou em Setembro de 2010 a operação de venda da Companhia Industrial de Vidros – CIV, fabricante de embalagens e utilidades em vidro. A companhia, que fazia parte dos negócios do Grupo há 52 anos, passou ao comando da subsidiária brasileira da Owens-Illinois (O-I), empresa norte-americana, líder mundial na produção de embalagens de vidros.
Com o negócio, estimado em pouco mais de US$ 600 milhões, o grupo se voltou para a entrada no segmento de vidros planos, através de uma nova empresa, a Companhia Brasileira de Vidros Planos – CBVP, anunciada em março de 2010.