MPX investirá em energia solar nos Estados de Pernambuco e Paraíba

Após inauguração da usina Solar de Tauá, no Ceará, MPX se prepara para instalar unidades solares em novos Estados do Nordeste

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Primeira usina de energia solar da América Latina, a Solar Tauá visa uma redução do valor pago pela energia solar de aproximadamente R$ 500 para R$ 140 o megawatt/hora

 

Tauá, localizada a 360 quilômetros de Fortaleza (CE), foi escolhida pela MPX para sediar a primeira usina de energia solar comercial do Brasil porque possui os melhores índices solares do Nordeste. O município está bem próximo à Linha do Equador, informa Zuza Oliveira, presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece).

Mas após seis meses da inauguração da Solar Tauá, a MPX se prepara para instalar fazendas solares em novos Estados do Nordeste. Segundo matéria do Valor, estudos em fase avançada estão em andamento em regiões de Pernambuco e Paraíba. A expectativa é de que novos empreendimentos sejam iniciados neste ano. “Estamos analisando essas oportunidades. Queremos estar prontos quando a tecnologia solar decolar”, diz Marcus Temke, diretor de Implantação e Operação da MPX.

Para o empresário Eike Batista, controlador da MPX, investir em energia solar não se restringe apenas à promessa de um negócio que pode se tornar promissor no futuro, mas também porque pode trazer o benefício de ter sua imagem associada à geração de uma energia limpa, com baixa emissão de carbono, muito diferente daquela associada ao carvão. A MPX controla usinas térmicas alimentadas a carvão e neste mês anunciou que irá produzir na Colômbia 5 milhões de toneladas de carvão por ano a partir de 2013

Por enquanto, reconhece Temke, a usina de Tauá é uma geradora de gastos. “Realmente hoje a operação não cobre nossos custos, mas é uma linha de desenvolvimento. Queremos aprender com isso. Estamos pagando o preço do pioneirismo.”

Em operação desde junho do ano passado, a MPX Solar Tauá, que custou R$ 11,5 milhões, terá sua capacidade inicial duplicada – de 1 MW (o suficiente para abastecer 1,5 mil famílias), para 2 MW. A estrutura atual conta com 4.680 painéis instalados numa área de 12 mil metros quadrados. Fabricados pela japonesa Kyocera, os painéis captam a luz do sol para a conversão em energia elétrica.

Neste ano serão investidos mais R$ 7 milhões em Tauá. Com a expansão, mais 6,9 mil painéis serão instalados na usina solar. Ao todo, serão 11.580 painéis solares instalados numa nova área de aproximadamente 12 mil metros. Espaço para crescer não falta. “Temos até 600 mil metros de área disponível na região”, comenta Temke.

A MPX Solar, conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), já obteve autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e licença da Superintendência Estadual de Meio Ambiente do Ceará (Semace) para expandir a capacidade da planta até cinco megawatts (MW). No longo prazo, o plano é alcançar 50 MW.

A energia elétrica gerada por painéis solares nunca teve um projeto habilitado para participar de leilões de compra de energia. A ambição do governo é fazer com que essa fonte alternativa tenha o mesmo destino trilhado pela eólica, que até cinco anos atrás não passava de mera experiência e hoje já é a segunda fonte mais barata do país, só atrás das hidrelétricas. Hoje o MW/hora da fonte solar custa entre R$ 300 e R$ 500, enquanto as turbinas de vento geram por cerca de 100.

O presidente da Adece, Zuza Oliveira, informa que a MPX Solar vai trabalhar além da montagem de painéis solares, operando na extração de quartzo, silício e fabricação de células fotovoltaicas. “Com isso vamos garantir uma redução do valor pago pela energia solar de aproximadamente R$ 500 para R$ 140 o megawatt/hora, que é o valor comercial para fontes como a hidrelétrica.”

Neste mês, a Aneel publicou uma lista de 17 projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) que serão implementados no país nos próximos três anos. Estão previstos investimentos de R$ 395,9 milhões. O maior investimento será feito pela Tractebel Energia, com R$ 60,8 milhões; seguido de Copel, com R$ 58,6 milhões; Furnas, com R$ 48 milhões; e Chesf, com R$ 44 milhões.

Em fevereiro, como adiantou o Valor na semana passada, a Aneel quer definir as regras para liberar a microgeração de energia solar. A regulamentação, que também vai permitir a instalação de minitorres eólicas, permite que o cidadão instale um painel solar em sua casa e passe a contabilizar a potência gerada pelos seus painéis solares.