Primeiro estádio solar da América Latina contará com 3.600 m² de painéis solares capazes de gerar 630 MWh/ano, o eqivalente a R$ 200 mil
A Coelba – Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia – contratou o consórcio formado pela alemã Gehrlicher e a brasileira Ecoluz para instalar um conjunto de painéis solares com potência de 400 kWp no estádio Pituaçu, na Bahia. As empresas venceram licitação realizada pela concessionária em parceria com o governo estadual baiano. O contrato é de R$ 4,5 milhões e a obra deve ser entregue até o fim deste ano.
O projeto custará, ao todo, R$ 5,5 milhões, pois envolve gastos com monitoramento e pesquisa após o início da operação. A iniciativa faz parte do programa de P&D da Coelba, aprovado pela Aneel este ano. O governo estadual, que administra o estádio, bancará R$ 1,7 milhão e o restante será custeado pela concessionária.
“Projetos de energia solar como esse ainda não são viáveis no Brasil, mas são importantes para a gente dominar essa tecnologia e desenvolver conhecimento e mão de obra capacitada”, afirma Ana Christina Mascarenhas, assessora de Eficiência Energética da Coelba. “Também será bom para estudarmos o funcionamento da usina, o comportamento na rede, a conexão.” O estudo de viabilidade foi desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
A expectativa é que o conjunto de painéis fotovoltaicos gere 630 MWh/ano (equivalente a cerca de R$ 200 mil), dos quais cerca de 400 MWh/ano serão consumidos pelo estádio e o restante será jogado na rede e abatido do consumo do edifício da Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte. O estádio pagará uma tarifa de uso da rede de acordo com o volume de energia transmitido.
A energia solar será arrecadada durante o dia e distribuída para a rede da Coelba, que a aproveitará em outras regiões da cidade. Durante a noite, por exemplo, a concessionária de energia retribui a energia que o estádio precisar. Isto porque não é possível armazenar esta energia elétrica.
“Desta forma, o estádio deixa de ter contas de luz mensais e contribui com a geração de energia renovável”, acrescenta Ana Christina Mascarenhas.
Os painéis ocuparão uma área total de 3.600 m², sendo 2.700 m² de silício amorfo (a-Si) e 1.350 m² de silício cristalino (c-Si). Inicialmente, a empresa pensou em usar apenas o primeiro tipo, que é flexível e leve, porque a cobertura não aguentaria o outro modelo. O custo, no entanto, seria mais alto, pois o painel é menos eficiente. A Coelba decidiu, então, usar outras áreas, como o estacionamento.
O modelo mais leve, que será utilizado na cobertura, a única estrutura necessária seria a de fixação para chapas metálicas. Como são flexíveis, inquebráveis e feitos para serem colados diretamente sobre chapas, eles são mais fáceis e rápidos de serem instalados e não exigem reforço estrutural.
“Quando começamos a planejar, imaginamos custo maior. Ficou um pouco abaixo do que pensávamos. Um dos fatores que contribuiu para baratear o projeto foi o uso de painéis de silício cristalino, que têm maior eficiência e, por isso, custo mais baixo.”
Via: EnergiaHoje