Com foco na sustentabilidade, o espaço utiliza tecnologias de energia solar e placas de vidro para facilitar a iluminação natural e a redução do consumo de energia
Utilização de energia solar captada a partir de luminárias com sistema de espelho no teto do prédio, piso de madeira reciclada e jardim com espécies regionais, como jenipapo, jatobá mirim, bocaiúva, ipês amarelo, branco e rosa, jacarandá mimoso, embaúba e cambará. Este conjunto é um pouco do retrato do Espaço Sebrae de Conhecimento que foi inaugurado quarta-feira, dia 20, às 10 horas. O local tem técnicas de baixo impacto ambiental e de geração de resíduos. No lugar anexo nos fundos do prédio da instituição se praticará inovação e sustentabilidade no meio empresarial.
Para o diretor-superintendente José Guilherme Barbosa Ribeiro, a sustentabilidade significa a manutenção da vida não só humana, mas animal e vegetal em todo o conhecimento e intervenções das pessoas. “É uma preocupação de análise científica e de inteligência para melhor uso dos recursos existentes”. Ele cita a Amazontech – Novos Rumos para Ciência, Tecnologia e Negócios Sustentáveis, realizada em Cuiabá em 2004, quando foram mostradas aplicações práticas aos empresários de Mato Grosso e autoridades públicas sobre produção e respeito ao ambiente.
Autor e arquiteto responsável pela obra, José Afonso Botura Portocarrero apresenta o prédio como edifício de menor consumo de energia. Placas de vidro fazem a interface com o ambiente interno para completar o sistema que combina redução do uso de energia e clima mais ameno internamente.
Seis conjuntos de luminárias solares foram instaladas no teto da edificação principal. Cada uma gera 400 Watts, o que equivale a 8 lâmpadas incandescentes normais. Essa instalação faz com que todo o salão principal da obra, de 308 metros quadrados, não tenha lâmpada convencional ou interruptor para ligá-la.
Portocarrero se inspirou em uma oca indígena do Xingu para dar forma real ao espaço. “O arco ogival (teto) é em camadas cobertas (na oca é de palha) que deixam escapar ar quente. Entre elas tem um colchão de ar que mantém a casca interna mais fresca. A casca externa absorve a radiação solar”, explica.
A líder da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia da instituição, Suênia Sousa, explica que do conceito à construção, tudo no Espaço Sebrae de Conhecimento foi pensado para gerar o menor impacto ambiental. “Aqui usamos vidro. Ele facilita a iluminação natural, a manutenção e a desconstrução, dentro do conceito e prática de não gerar resíduo”.
As espécies paisagística, assinala o engenheiro florestal e paisagista Eduardo Silva dos Santos, o Eduardo Baleia, são opções de Mato Grosso para inclusão social em construções para pessoas de baixa renda. Ele explica que foram utilizados materiais reciclados ou renováveis, como bambu, garrafas PET e latas grandes de tinta e de leite, que servem de base para floreiras em um jardim tropical vertical em muros.
No Espaço de Conhecimento também foram incluídos aspectos da cultura e alimentos de consumo das etnias, como uma canoa, onde serão plantados abóbora, cana-de-açúcar e mandioca.
Fonte: 24horasnews