Projetos com vidros inteligentes, sistemas eficientes e matérias-primas renováveis
13/10/2010
Alguns edifícios construídos nas duas últimas décadas tornaram-se referência em sustentabilidade. Em matéria publicada na edição 162 da revista Téchne, dois especialistas elencaram algumas das obras consideradas mais sustentáveis do mundo, por apresentarem, entre outras características, projetos com sistemas eficientes e construção com matérias-primas renováveis.
Confira algumas:
BMW Welt, em Munique, Alemanha
Este é um exemplo de que a engenharia alemã é uma das melhores do mundo. A praça de 73 mil m² e 47,88 m de largura, com forma de duplo cone, que fornece suporte para a cobertura (de uma forma bastante impressionante) é, sem dúvida, a característica de destaque do projeto, assinado por Coop Himmelb para o BMW Group e finalizado em 2007. No telhado do edifício, o conjunto de placas fotovoltaicas, produzidas na Alemanha pela Solarwatt, abastece o edifício com no mínimo 824 kWp de energia, e a rede de painéis de aço que capta o calor, conduzindo-o para a fachada de aço e vidro, ajuda no condicionamento do ar interno do edifício. Dentro do cone, uma espécie de túnel espiralado incentiva a ventilação natural, através de aberturas controladas automaticamente.
New York Times, em Nova York, Estados Unidos
Idealizado pelo arquiteto Renzo Piano, o edifício com 148.644 m² e 52 pavimentos é promovido como uma estrutura verde. Este é o primeiro edifício construído nos Estados Unidos em cortina de vidro ultra-clear Low-e, que maximiza a luz, e tubos de cerâmica solar que funcionam como um brise. Máscaras mecanizadas, controladas por sensores, reduzem o ofuscamento da luz solar, enquanto mais de 18 mil luminárias fluorescentes dimerizáveis individualmente suplementam a luz natural, proporcionando uma economia de energia real de 30%. O prédio também incorpora resfriamento de ar-livre, trazendo ar de fora quando está mais fresco do que o espaço interior, o que economiza energia adicional. Mais de 95% do aço estrutural é reciclado. A planta de cogeração de gás natural fornece 40% da energia elétrica consumida no interior do edifício com aquecimento e refrigeração. Pisos elevados permitem a distribuição de ar por baixo, exigindo menos energia do que um sistema de refrigeração convencional canalizado. O edifício não possui estacionamento no site, como a maioria dos funcionários vai para o trabalho de transporte público.
Ospedale dell”Angelo, em Veneto, Itália
Projetado em 2008 pelo arquiteto Emilio Ambasz, este prédio hospitalar com 117 m², o primeiro hospital verde do mundo, inova já pela sua localização em área rural, mas que pode ser acessado por autoestrada ou trem. Foi idealizado de acordo com os princípios da humanização de forma a auxiliar na cura do paciente. Os blocos são unidos por jardins, que induzem a calma ao promover vistas agradáveis. Um lobby ajardinado, protegido pela cobertura de vidro, traz luz natural e renova o ar interno.
Clinton Presidential Library, Little Rock, Arkansas, Estados Unidos
Finalizado em 2004, o edifício que abriga um museu e biblioteca de 1.900 m² é considerado uma das construções mais verdes do mundo. Um dos detalhes que o classifica como tal é a cobertura verde – onde também estão painéis solares -, pensada para absorver carbono, reduzir escoamento pluvial e regular a temperatura, além da maior capacidade de reciclagem, limpeza verde, redução do desperdício através do abastecimento local e compensação de carbono de toda a energia não renovável utilizada. Pode-se destacar também o piso feito de pneu reciclado.
Fonte: epoengenharia