Buscando substituir a lata pelo vidro, Ambev investe em publicidade para estimular uso de garrafas retornáveis de Skol e Antarctica.
Além de possuírem um menor impacto ambiental, as embalagens retornáveis de vidro ajudam na fidelização do consumidor de baixa renda, sendo estratégicas para alavancar vendas. De olho no comportamento do setor, a Ambev (Companhia de bebidas das Américas) passou a utilizar suas principais marcas para tentar trazer de volta o consumo de garrafas de vidro no Brasil. Prova disso é que pela primeira vez dois de seus principais selos de cerveja, a Skol e a Antarctica, possuem o mesmo tema de publicidade: o uso de embalagens retornáveis.
— Na Skol, usamos o cantor Beto Barbosa e a socialite Val Marchiori nos comerciais. O objetivo é divulgar a ideia da economia, ao substituir a lata pelo vidro. Na Antarctica, usamos o cantor Sérgio Loroza. Estamos tentando voltar ao que já foi muito forte, que é o uso das embalagens retornáveis — disse Ricardo Rolim, diretor de Relações Sócio Ambientais da Ambev.
Para isso, a cervejaria está ajudando as redes de varejo a criar um espaço nos supermercados, batizado de pit stop (a exemplo dos pontos de parada da Fórmula 1). Já são mais de cem espaços em 14 estados. A companhia, que investe mais de R$ 50 milhões em ações sustentáveis por ano, também aumenta o portfólio das embalagens de vidro. Rolim lembra que já foram implantadas mais de dez linhas de produção de vidro nas unidades fabris do país.
A Skol lançou um novo filme para anunciar a versão de 300 ml de vidro. Com o mote “Trocou. Economizou”, a campanha traz a “Skolzinha” e mostra um programa de televisão, no qual o apresentador afirma que, para economizar, o consumidor deve trazer as garrafas vazias e trocá-las por cheias, pagando só pelo líquido.
— Primeiro, lançamos o litrão (embalagem de vidro de um litro). Depois, lançamos a versão de 300 ml. Estamos aumentando o portfólio de vidro, que confere um preço menor para o consumidor. Recentemente, lançamos a versão de um litro para o Guaraná Antarctica — destaca Rolim.
Uma embalagem de vidro de 300 ml sai a R$ 0,99, enquanto a lata custa R$ 1,70, destaca a Ambev. A companhia também tem ganho financeiro com o vidro, já que a lata, de alumínio, tem peso importante na composição das despesas da cervejaria.
De acordo com a Agência O Globo, além do vidro, o Guaraná Antarctica inicia um projeto-piloto no Rio de Janeiro para que 100% do plástico usado nas garrafas do refrigerante sejam reciclados.
— É um projeto que começou há dois anos e está sendo testado no Rio. É uma parceria com a ONG Ecovida e a Brasilpet. Nós provemos a logística para que as ONGs recolham esses plásticos — conta Rolim.