Presentes na decoração e em jóias, a arte do vidro estilo murano se transformou em objetos de desejo atemporais
Em 1290, na Itália, mas precisamente em Veneza, onde as técnicas de criação de vidros artesanais eram riquíssimas, o governo resolveu criar uma lei: todas as fábricas de vidro da cidade iriam para a ilha de Murano. Seria o único jeito de guardar um segredo fundamental para sua economia. Aos poucos, dizem relatos históricos, os artesãos foram proibidos de deixar a ilha. Com o tempo, os objetos e joias criados a partir desta técnica de soprar o vidro se transformaram em objetos de desejo. Nascia aí o culto ao vidro estilo Murano: em objetos de casa ou bijuterias, ele é adorado.
“O murano foi uma técnica que sempre admirei em pedras ou até lustres e vasos. Acho uma peça de murano incrível por transitar em um ambiente moderno ou totalmente retrô. Quem nunca viu alguém que coleciona cinzeiros de murano, vasos ou até aqueles lindíssimos lustres?”, diz Fabiana Pomposelli, da Clementtina. O ateliê, aliás, nasceu quando ela começou a criar colares de murano misturados com pedras semipreciosas, cristais e pérolas de vidro. “No início, todas as peças de murano que usava nos colares eram garimpadas dessas feiras, amava quando achava um murano pó de ouro anos 40! Até hoje tenho uma coleção desses colares que são totalmente atemporais pois podem ser usados desde o dia a dia como em um casamento. Sugiro sempre para minhas clientes usarem com seus colares de pérolas pois ficam lindos”, diz.
Na decoração, ela diz que gosta quando são usados em arranjos de flores super coloridos para os mais modernos ou com arranjos em tons pastéis para as românticas. As peças antigas, que são garimpadas em antiquários como o Desmobilia, são um sucesso. Quem também utiliza a técnica é a artesã Alessandra Toledo, que cria talheres com contas. “Acho que é uma multiplicidade de formatos, cores. No uso da casa, pode ser usada de diferentes formas. Para fazer uma mesa clássica, acho que são melhores as cores clássicas, como âmbar, ametista. Mas uma mesa mais moderna, é melhor optar por preto, turquesa, muitas cores”, diz.
No Brasil, a técnica chegou nos anos 50, em Poços de Caldas. Lá se instalou um ateliê do italino Aldo Bonora, que fez uma fábrica para produzir peças em estilo Murano. E uma família Molinari teve contato com a arte italiana e abriu a Cristais São Marcos, a maior fábrica de cristais. Na Itália, a ilha se transformou em ponto turístico dos amantes do design.
Fonte: GNT estilo