Conheça algumas versões da origem deste acessório que, de prótese de auxílio à leitura passou à um dos principais acessórios de moda das sociedades modernas
A história dos óculos começa 500 anos aC. com algumas referências em textos do filósofo chinês Confúcio. No entanto, como suas lentes não tinham graus, durante séculos eles foram usados apenas como adorno ou como forma de discriminação social, principalmente para os doentes mentais.
As primeiras lentes corretivas surgiram no século I d.C. e pedras semipreciosas como o berilo e o cristal de rocha cortada em camadas fina foram as primeiras lentes de aumento para perto. Mais tarde, passaram a ser usadas sobre os olhos e se transformaram na primeira forma de lentes corretivas.
O primeiro par de lentes, com aros grandes de ferro unidos por rebites, foi descoberto na Alemanha em 1270. Parecido com um compasso, permitia que fosse ajustado sobre o nariz, mas ainda não trazia hastes de suporte.
Ainda no mesmo século, um modelo semelhante foi criado em Florença e fez bastante sucesso. Por isso, os italianos ganharam fama como os inventores dos óculos. Porém, foram necessários mais dois ou três séculos de pesquisas para que se conseguisse um modelo seguro e confortável. No século 15, os modelos Pince-nez e Lornhons eram os mais usados.
O primeiro não tinha hastes e era ajustado apenas no nariz. Já os Lornhons vinham com uma haste lateral para ser colocado em frente aos olhos. As hastes fixas apoiadas sobre as orelhas só surgiram no século 17, mas mesmo assim os modelos sem hastes continuaram a ser usados até o início do século 20, quando então foram sendo substituídos pelos modelos Numont com aros superiores ou inferiores finos e leves. Sua versão mais moderna é sucesso até hoje.
O uso do plástico e seus derivados na fabricação de armações e o avanço da tecnologia para a produção de lentes melhores e mais finas, ampliaram muito as possibilidades do design de óculos em geral. Atualmente é possível encontrar uma enorme variedade de modelos em muitos materiais, tamanhos e cores.
Origem dos Óculos
O indício mais remoto de que se tem notícia sobre uma lente oftálmica é datado da era pagã. Em 2283 a.C., a fim de observar as estrelas, um imperador chinês usou lentes fabricadas em cristal de rocha, quartzo ou ametista para observar as estrelas. Já antes do final do primeiro século da era cristã, os fenícios, inspirados pelos chineses, iniciaram a arte de fabricação do vidro, descobrindo que a mistura da areia ao salitre, fundida pelo calor do sol, resultava em vidro bruto.
Durante as escavações de Pompéia, foram encontrados alguns vidros convexos, porém a distância focal dessas lentes era tão pequena que elas não poderiam ser usadas diante dos olhos. Até no século XIII, pela ausência de registros, supõe-se que a arte de fabricação do vidro tenha sido deixada de lado. Mas foi nesse século que fervilharam novos fatos. Dados históricos indicam que, por volta dessa época, o vidro foi conhecido por chineses e europeus. Nessa época, na China, os idosos usavam lentes para distinguir pequenas figuras. Seus óculos eram bem diferentes dos usados pelos europeus, que tinham apoio no nariz e aros redondos.
O monge e filósofo inglês Roger Bacon foi pioneiro no desenho de lentes por volta de 1268. As lentes eram fabricadas de cristal ou vidro, sendo positivas biconvexas. Em 1285, em Florença, na Itália, Salvino Del Armati anunciou-se como o inventor dos óculos. Numa igreja, após a sua morte, foi encontrada a seguinte inscrição numa pedra: “Aqui jaz Salvino Del Armati de Florença, o inventor dos óculos, morto em 1317”.
Quase 150 anos depois, em 1465, o fabricante de óculos Guild participou numa exposição de mercadores e artesãos diante do rei da França. No século XVI, já começaram a ser vendida lente negativa para correção de miopia. Em 1551, máscaras eram utilizadas para tratamento do estrabismo: ao olhar através de uma pequena abertura, o olho defeituoso era forçado a voltar à posição normal. Também por volta dessa época, fabricavam-se vidros coloridos para proteção contra a claridade – data de 1561 a produção das primeiras lentes verdes, em Inglaterra.
O século XVII ficou marcado como uma era de progressos no campo óptico. Em 1608, Galileu popularizou o telescópio. lsaac Newton conduziu as suas famosas experiências, descobrindo que a luz branca é composta de raios de luz de diferentes cores. Em 1672, foram fabricadas as primeiras lentes azuis e, no decorrer desse século, já começaram a aparecer às primeiras lojas de óptica na Europa e, no século seguinte, nos EUA.
Em 1716, o matemático alemão, G. Hertel indicou o uso de lentes “menisco”. O mesmo fez o professor técnico A.G. Luteman três anos depois. Em 1767, tem-se noticias da fabricação das primeiras lentes de cor cinza. No século XIX, um grande avanço foi conseguido na fabricação de lentes corretoras dos erros de refração quando, em 1801, o cientista inglês Thomas Young descobriu o astigmatismo. O astrônomo inglês George Airy foi o primeiro indivíduo a receber os benefícios da correção dessa deficiência. Com a ajuda do óptico Fuller, em 1827, Airy corrigiu o seu próprio astigmatismo.
Em 1804, o inglês Wollaston defendeu o uso de lentes “menisco” com combinação especial de curvaturas, em vez de lentes biconvexas e plano-convexas, patenteando-as. Ele chamou-as de “periscópicas”, graças à curva côncava mais próxima dos olhos, proporcionando melhor visão e maior campo visual. Em 1832, a Inglaterra também foi a responsável pela fabricação das primeiras lentes marrons. Nos anos 1840 e 1844, registrou-se pela primeira vez o uso de lentes tóricas, quando o óptico italiano Suscipi utilizou-as para correção do astigmatismo. A lente tinha uma superfície esférica no lado convexo e outra tórica no lado côncavo.
Também em 1844, os primeiros prismas foram recomendados. Em 1875, ocorreu um novo avanço da ciência. Nagel criou a escala de medidas refrativas (dioptrias), adotada internacionalmente. Já em 1866, ele recomendava os sistemas métricos, ligados a dioptria, para designação do poder das lentes, no lugar do sistema inglês de polegadas, em uso até então.
O termo “dioptria” foi proposto pelo francês Monoyer, que é agora adotado universalmente e baseado na distância focal de um metro. Em 1878, a norte-americana Bausch & Lomb padronizou a fabricação de lentes periscópicas. Dez anos depois, Prentice propôs o prisma oftálmico, universalmente aceite até hoje como dioptria prismática, unidade que expressa o poder refrativo do prisma. Em 1896, os EUA começaram a fabricar as lentes menisco e 2 anos depois, as lentes tóricas.
Origem dos Óculos 2
Há controvérsias quanto à origem dos óculos: alguns estudiosos afirmam que eles vêm do Oriente distante, enquanto outros sustentam que se originaram do Ocidente. O que parece certo, que os óculos utilizados pelos chineses tinham funções decorativas ou mágico e continham lentes coloridas, não corretivas.
Roger Bacon, o maior nome da ciência experimental medieval, fez a primeira referência registrada que chegou até, nós das propriedades aumentativas das lentes em 1262. Os óculos apareceram pela primeira vez em Florença por volta de 1280, e seu uso se popularizou rapidamente. Sua invenção tradicionalmente atribuída a Alessandro di Spina. No entanto, a explicação detalhada de seu funcionamento apareceria somente em 1604, com a publicação da obra do astrônomo Johannes Kepler. Em 1784, Benjamin Franklin inventaria o bifocal. Em sua invenção os dois pares de lentes eram sustentados pela armação; somente um século depois a versão com as lentes soldadas uma à outra seria inventada, e em 1908 as lentes fundidas apareceriam. Em 1827, George Alry introduziu o uso de uma lente cilíndrica para corrigir o astigmatismo. Quanto…s lentes de contato, h quem acredite que os esboços feitos por Leonardo da Vinci em 1508 prenunciavam-nas. O que se sabe com certeza que o filósofo René Descartes sugeriu seu uso e delas fez um esboço em 1636. As primeiras seriam inventadas pelo fisiologista Adolf Fick em 1887, enquanto as de plástico surgiriam em 1948, criadas por Kevin Tuohy. Finalmente, as lentes flexíveis apareceriam na década de 70.
Roger Bacon (1220 – 1292)
Era um jovem estudante de Oxford que se especializaria em estudos experimentais. Ele levou a cabo algumas experiências com lentes e espelhos e descreveu os princípios da reflexão e da refração, mas sua grande contribuição foi sua insistência nas observações e experiências sistemáticas, pelas quais hoje, visto como um dos grandes visionários da ciência moderna. Ele se tornou um monge franciscano aos 33 anos. Por volta de 1266 ele pediu permissão ao papa para escrever um livro sobre os efeitos positivos dos métodos experimentais. Teve que mandar o livro às escondidas. Sem o conhecimento de seus superiores, completou o trabalho, mas a morte do papa em 1268 pôs um fim às suas esperanças de incluir a ciência experimental no currículo das universidades. Esteve preso na Ordem Franciscana entre 1277 e 1279, pelo que se acredita, devido às suas “novidades” no ensino, mas continuou a escrever contra o sistema até sua morte.
Johannes Kepler (1571 – 1630)
Nasceu numa pequena cidade alemã, filho de um soldado mercenário. Sua mãe era filha de uma governanta. Ele se graduaria na universidade, tornando-se um astrônomo e alcançando, mais tarde, a posição de matemático imperial na corte do Sacro Império Germano-Romano. Kepler estava entre os poucos que aceitavam na teoria heliocêntrica de Copérnico e descobriu as leis do movimento dos planetas, o que abriria o caminho para as descobertas gravitacionais de Newton. No decorrer de suas investigações astronômicas ele concebeu uma explicação correta para a visão e para as funções da pupila, córnea e retina, e, após três séculos de controvérsias, conseguiu explicar o correto funcionamento dos óculos. Kepler viveu durante os horrores da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que devastou a Europa. Num certo momento, ele teve que fugir de casa para salvar sua mãe da morte na estaca após ela ter sido acusada de bruxaria. A localização de seu túmulo se perderia no tumulto da guerra.
Benjamin Franklin (1706 – 1790)
Foi um inventor, cientista, educador, escritor, impressor, editor, político, homem de estado, diplomata e inventor dos correios. Ele ajudou a estabelecer o Corpo de Bombeiros, uma biblioteca, uma companhia de seguros, uma academia e um hospital. Ele criou uma casa de caridade que ainda hoje opera nos Estados Unidos. Suas invenções incluem um instrumento musical (a gaita), o cateter flexível, e, ‚ claro, o bifocal.
(Sir) George Biddell Airy (1801 – 1892)
O astrônomo real britânico de 1835 a 1881 foi o primeiro a utilizar lentes cilíndricas para corrigir o astigmatismo, de que sofria. Ele fez outra contribuição à óptica: o padrão de defração de uma abertura circular (objeto de seus estudos) leva hoje seu nome. Teve papel peculiar durante a famosa descoberta, em 1847, do planeta Netuno. Ele e outros astrônomos britânicos não utilizaram a tempo os óculos de Adams, do que resultou que o astrônomo alemão, Galle, utilizando os óculos do francês Le Verrier acabou levando os créditos pela descoberta.
Adolf Eugen Fick (1829 – 1901)
Foi um renomado fisiologia alemão cujo nome está ligado à lei que rege os fenômenos de difusão e à técnica de medição cardíaca. Ele foi um dos primeiros a experimentar lentes de contato em animais e, depois, a utilizá-las em olhos humanos.
Visita ao Museu dos Óculos de miguel Giannini
A cidade de São Paulo conta, há 6 anos, com um endereço bastante curioso para os apaixonados pelos óculos. Trata-se do Museu dos Óculos Gioconda Giannini, comandado pelo esteta óptico mais famoso do País, responsável pelos óculos do presidente Lula e de sua mulher Marisa, Miguel Giannini. Montada por ser um hobby, a coleção particular de Giannini acabou dando origem ao Museu, proporcionando aos visitantes uma viagem de oito séculos de história.
A mostra permanente funciona no mesmo endereço onde está instalada a ótica de Giannini, na Rua dos Ingleses, 108, no Bairro da Bela Vista.Nela é possível conhecer todas as tendências importantesdesde o século XIII, como a réplica dos primeiros óculos encontrados na cidade de Nuremberg, na Alemanha, passando por uma coleção chinesa original do século XVIII e a evolução das armações a partir dos séculos XV e XVI com os pince-nez e lornhons dotados de lentes graduadas. As lornhetes, expõe toda a criatividade dos “fazedores de óculos” que, durante séculos servir Hoje, o acervo conta com cerca de 700 peças, das quais cerca de 200 estão em exposição, distribuídas em quatro salas no último andar do casarão da Rua dos Ingleses.
Hoje, o acervo conta com cerca de 700 peças, das quais cerca de 200 estão em exposição, distribuídas em quatro salas no último andar do casarão da Rua dos Ingleses.
A história de vida de Giannini está ligada aos óculos desde que ele tinha 13 anos de idade, época em que começou a trabalhar como Office-boy, na Foto City, uma famosa ótica, no centro de São Paulo. Como viu neste trabalho uma grande oportunidade para aprender, antes dos 18 anos, ele já dominava todos os setores da empresa.
Assim, aos 23 anos, abriu sua primeira loja em parceria com o amigo mestre na montagem de óculos, Fioravante Fernandes. O movimento da loja crescia lentamente, mas o que preocupava os sócios era a falta de capital para aumentar o estoque, eles precisavam descobrir um jeito diferente de trabalhar. Intuitivamente, Giannini, depois do expediente começou a transformar as armações convencionais com alicates, criando assim uma forma mais eficiente de qualificar o atendimento aos seus clientes formar Então, passou a remodelar as armações sobre o rosto, tornando-se, na época o único profissional no setor a comercializar peças artesanais.
O sucesso foi tão grande que Giannini passou a ser procurado por oftalmologistas que indicavam pacientes com problemas visuais graves na esperança de encontrar óculos com qualidade e que oferecessem ao usuário conforto. Para Giannini, como cada pessoa tem suas próprias características físicas e psicológicas, ao se escolher óculos com grau, deve-se levar em conta isso para que o modelo tenha “a cara do cliente”.
“Após ler o receituário, analiso inicialmente o rosto da pessoa, considerando a altura das sobrancelhas e nariz, formato do rosto e dos olhos, cor ou tonalidade da pele e cabelos”, explica ele, acrescentando que o estilo e o jeito de ser da pessoa também são itens importantes na análise.
“Isso porque os extrovertidos e bem humorados, por exemplo, podem usar modelos ousados e todas as cores ou tonalidades, mas se o cliente é tímido, introvertido, as regras são outras”, revela.
Em poucas palavras, Giannini resume o que deve ser a essência de seu trabalho ao oferecer opções adequadas aos seus clientes “Os óculos devem se sobressair o menos possível além do rosto, a presença da armação e principalmente de lentes com altos graus deve ter sempre importância menor do que o rosto, preservando todas as expressões faciais”.