A importância dos vitrais na arte gótica

Desenvolvida na  idade média, arquitetuta gótica buscou nos vitrais a criação de ambientes serenos e multicoloridos

Catedral de Notre Dame de Paris
Catedral de Notre Dame de Paris - Seus vitrais filtram a luminosidade para o interior da igreja

A Idade Média foi um dos períodos mais longos da História: durou cerca de dez séculos. Iniciou-se no ano de 476, com a ocupação de Roma pelos bárbaros, e teve fim em 1453, quando ocorreram dois fatos importantes: a tomada de Constantinopla pelos mulçumanos e o fim da Guerra dos Cem anos, entre França e Inglaterra. Tendo aparecido na França, notadamente na região da Ile de France onde se encontra Paris, o gótico desenvolve-se dos séculos XII ao XV quando as suas formas são substituídas pelas da Renascença.

CARACTERÍSTICAS

A arte gótica surgiu pela primeira vez na França, na edificação da “Abadia Saint-Denis”, por volta de 1140.

Uma das principais diferenças entre a arte românica e a gótica é a fachada. A arte românica, que vigorou antes foi uma fortificação, onde o muro desempenhou importante função estrutural, cede lugar a uma arquitetura de estrutura diáfana, baseada sobre colunas.

– A igreja românica apresenta um único portal, a gótica possui vários portais que dão acesso às naves do interior da igreja.

– Substituição das sólidas paredes com janelas estreitas, do estilo românico, pela combinação de pequenas áreas de paredes com grandes áreas preenchidas por vidros coloridos e trabalhados.

– Vitrais: a luz multicolorida. Os vitrais estão para as catedrais góticas assim como os mosaicos estão para as basílicas bizantinas. Só que, enquanto os mosaicos criam um ambiente austero e solene, os vitrais, deixando passar a luz do sol pelos pequenos pedaços de vidro de cores diversas, criam um ambiente sereno e multicolorido.

– A cor com a luz vazada pelas janelas dá-nos um efeito de renda e sugere uma sensação de fragilidade. Seus azuis intensos e vermelhos brilhantes projetam uma luz violeta sobre as pedras da construção, quebrando a sua aparência de dureza; porém, o seu ambiente frio e espaçoso, não nos deixam à vontade.

– Presença da rosácea, uma grande janela redonda no portal central.

ARQUITETURA

Esquema das estruturas eclesiástica de estilo gótico

Com o gótico, a arquitetura ocidental atingiu um dos pontos culminantes da arquitetura pura. As abóbadas cada vez mais elevadas e maiores, não apoiavam-se em muros e paredes compactas e sim sobre pilastras ou feixes de colunas. Uma série de suportes que eram constituídos por arcobotantes e contrafortes possuíam a função de equilibrar de modo externo o peso excessivo das abóbadas. Desta forma, imensas paredes espessas foram excluídas dos edifícios de género gótico e foram substituídas por vitrais e rosáceas que iluminavam o ambiente interno.

Muitas catedrais góticas caracterizam-se pelo verticalismo e majestade, denominando-se durante a Idade Média, como supremacia e influência para a população.

Até a atualidade, a arquitetura gótica ficou conhecido por ser encontrada com mais frequência nas grandes catedrais e em outros estabelecimentos eclesiásticos construídos ainda no início do período medieval, período em que exerciam grande influência em toda Europa.

Durante o período gótico – século XII à século XV – o poder religioso buscava converter sua “importância” para as estruturas de igrejas, catedrais e abadias através da grandiosidade dimensional presente na arquitetura gótica.

Como a arquitetura gótica foi uma evolução da arquitetura românica, foram desenvolvidos alguns elementos que ajudaram nas construções góticas, como o arco de ogiva e a abóbada de cruzaria, que tornaram-se as principais características do estilo arquitetônico. Geralmente, a fachada das estruturas góticas busca seguir a verticalidade e a leveza e no interior, busca um ambiente iluminado.

Arcos de ogiva

Os arcos de meia circunferência que haviam sido usados em igrejas e catedrais de arquitetura românica faziam com que todo o peso da construção fosse descarregado sobre as paredes, obrigando um apoio lateral resistente como pilares maciços, paredes mais espessas, poucas aberturas para fora tornando, consequentemente, o interior das estruturas eclesiásticas mais escuras e cada vez menos agradável.

Este arco foi substituído pelos arcos ogivais (também chamados de arcos cruzados). Isso dividiu o peso da abóbada central, consequentemente, descarregando-a sobre vários pontos, ao invés de um e também, podendo usar material mais leve para a abóbada ou mesmo para as bases de sustentação. No lugar dos sólidos pilares, foram usados colunas ligeiramente afinadas que passaram a receber o peso da abóbada. Deste modo, as paredes foram perdendo a importância como base de sustentação, passando a serem feitas com materiais frágeis como o vidro. Passaram a ser usados então, belos vitrais coloridos, dando origem a tão necessitada luminosidade no interior de igrejas e catedrais.

Iluminação

Vitrais na arquitetura gótica
A importância dos vitrais na arquitetura gótica

Considerada uma arquitetura “de paredes transparentes, luminosas e coloridas”, a arquitetura gótica considera o vitral um importante elemento, pois cria uma atmosfera mística que deveria sugerir, na visão do povo medieval, as visões do Paraíso, a sensação de purificação. Os raios solares são filtrados pelos vitrais e rosáceas, criando no interior da estrutura gótica, um ambiente iluminado e colorido e também, transmitindo aos fiéis religiosos uma sensação de êxtase.

Os vitrais apresentavam simples formas geométricas ou mesmo imagens de santos ou passagens bíblicas. Para obter-se um vitral na época, era necessário que um artesão realizasse um processo de coloração da peça de vidro. Durante este processo, o vidro cru era misturado a outros componentes químicos que determinavam a respectiva tonalidade, durante a fase de derretimento. Este processo mantinha o vidro com um tom de cor sem que bloqueasse os raios solares. Após este procedimento o vidro era aquecido e moldado.

Assim como os vitrais, as rosáceas visam estabelecer um ambiente iluminado no interior das estruturas góticas, porém possuem algumas características diferentes. Estão localizadas, geralmente, em um local alto nos estabelecimentos eclesiásticos, geralmente em regiões próximas ao portal das fachada principal a Oeste ou mesmo no transepto, em pelo menos um de seus extremos. Assim como a arquitetura gótica no geral possui uma relação com a religiosidade, as rosáceas fazem alusão à personagens cristãos como Jesus Cristo (que é representado pelo sol) e Maria (representada pela rosa).

Fonte: valiteratura