Atrair um público que ainda considera o design algo inatingível, essa é a proposta da mostra que volta a acontecer no Rio depois de duas edições em Milão
Rio de Janeiro – Os corredores do Centro Cultural da Justiça Federal, na Avenida Rio Branco, reservarão gratas surpresas ao público. Entre uma visita e outra às exposições em cartaz, será possível esbarrar, por exemplo, com a cadeira “Pedro”, uma criação da dupla Mendes-Hirth feita só de encaixe, sem um parafuso sequer. Ou ainda encontrar a moderna banheira de vidro “Smarthydro”, de Guto Índio da Costa, instalada no meio de um hall.
Serão cerca de 40 peças que, segundo o curador Ricardo Leite, traçarão um panorama do design carioca. “Despretensioso em sua forma”, destaca ele, mas com um objetivo que nada tem de modesto: atrair um público que ainda considera o design algo inatingível.
– A ideia é chamar a atenção do carioca que, sem se dar conta, vive numa cidade que transpira criatividade. O design faz parte do nosso dia a dia, está em todo lugar – diz Leite, que assina a identidade visual da mostra ao lado do também designer Cláudio Magalhães.
A exposição faz parte da mostra “Rio + Design”, que volta a acontecer na cidade depois de duas bem-sucedidas edições realizadas no Salão do Móvel, em Milão. O evento é promovido pelo governo do Estado, Sebrae e Firjan.
Estreante no evento, o designer Bruno Bertani chamou a atenção dos curadores por ter conquistado dois Leões de Prata e um de Bronze no badalado Festival de Cannes. Para a exposição, ele levará o relógio “City Rio”, feito em acrílico e que retrata, em todo seu entorno, a silhueta de monumentos arquitetônicos da cidade; e a mesa “Mesa”, que tem tampo de vidro e base de madeira, onde se lê o nome da peça.
– Depois de criar, o segundo grande desafio é colocar aquela ideia em prática, ou seja, tirá-la do papel. Muitas vezes é preciso ensinar ao dono de uma fábrica, por exemplo, que ele pode fabricar, além de portas, um relógio. Já a mesa nasceu a partir da tecnologia. Ela é fruto do conhecimento que adquiri após o contato com máquinas que cortam madeira – conta Bertani.
Fonte: O Globo