Móveis sob medidada, vidros, iluminação pontual e muito jogo de espelhos, são alguns dos artifícios usados neste apartamento de 60 m²
Autor da decoração deste apartamento-modelo em Niterói, Rio de Janeiro, o arquiteto Luiz Fernando Grabowsky apostou no mobiliário feito sob medida, que segundo ele sai mais caro, mas proporciona melhor aproveitamento das áreas e não compromete a circulação. O uso de espelhos também são bem vindos, reflexos enganam o olhar, fazendo o apartamento parecer maior.
Outra dica certeira para moradas pequenas é revestir toda a área social de um único piso – aqui, a escolha recaiu sobre placas grandes de porcelanato (0,60 x 1,20 m). “O piso funciona como agente integrador, dificultando a percepção de onde começa uma coisa ou termina outra”, completa Luiz Fernando.
Spots embutidos em um rasgo no teto de gesso criam o chamado efeito parede lavada, destacando os quadros. Com espaço limitado, a saída é utilizar mesa de centro estreita, que não atravanque o acesso – a peça da foto mede 0,40 x 1,40 x 0,35 m e tem tampo de vidro e revisteiro. Para uma melhor circulação, deixe no mínimo 40 cm livres de cada lado da mesa.
No final do corredor, portas do armário do casal ganharam espelhos que refletem a sala de estar. O cantinho do jantar dá ideia de ser espaçoso por causa da brincadeira nas paredes: o arquiteto intercalou lâminas de espelhos e revestimento de madeira, com frisos horizontais contínuos, que conferem a impressão de amplitude. Repare que a superfície atrás do aparador recebeu uma lâmina mais alta – isso evita que as pessoas fiquem se olhando quando sentadas. Já na cabeceira da mesa, o espelho é baixo, o que alonga visualmente o espaço.
Mesa - tampo de vidro e base de inox (1,30 x 0,80 x 0,76 m), da Novo Ambiente
No revestimento das paredes, o arquiteto economizou ao destinar as pastilhas de vidro somente à superfície sujeita a água e gordura. Também cobriu o painel junto à mesa de refeições. O restante recebeu pintura. Os armários vão do piso ao teto, dividindo a parede principal com fogão, pia e geladeira. Uma divisória de granito e vidro separa a cozinha da área de serviço. Deixar o vidro transparente garante a entrada de luz e a redução no consumo de energia elétrica. Se você tiver tendência à bagunça, mande jatear algumas partes do vidro, alternando faixas lisas e opacas.
Armários de laminado branco da Todeschini, com uma porta de vidro jateado, exibem puxadores de inox.
Detalhe das pastilhas de vidro. Mescla azul-marinho, da Gyotoku. Placas de 32,5 x 32,5 cm, caixa com dez na C&C
Optar por uma única linha de revestimentos para piso e paredes dá continuidade ao ambiente. Além disso, evita-se o risco de poluir visualmente a área já reduzida. A solução, adotada aqui, funciona e não se torna cansativa, pois uma faixa verde quebra o branco dominante. Na falta de outro lugar, pense em instalar o toalheiro acima do vaso sanitário. “Geralmente esse é um espaço pouco aproveitado”, lembra o arquiteto Luiz Fernando Grabowsky. Deixar sem portas um dos nichos do gabinete barateia a marcenaria e ainda dá uma vida ao projeto.
A fim de melhor aproveitar o espaço, o arquiteto voltou o armário para o acesso ao banheiro, criando um semicloset – você se lembra da foto das portas espelhadas no fim do corredor entre a sala e a área íntima? As costas do armário se transformaram em um grande revisteiro, que também exibe quadros. Feito sob medida de MDF com laminado, o painel tem três prateleiras de 5 cm de profundidade. Criados-mudos pequenos e vazados não pesam no ambiente e cumprem a função de apoiar abajur e miudezas. Mais uma vez, espelho e marcenaria trabalham juntos, a favor da amplitude. O espelho foi encaixado no painel que forma a cabeceira. Mangueiras luminosas embutidas no rasgo do forro de gesso garantem iluminação indireta e confortável.
Quarto da menina
A base do quarto – cama, escrivaninha e revestimentos – é totalmente neutra, de modo a perdurar por um bom tempo. O que personaliza o ambiente são os acessórios e os objetos decorativos, que podem ser trocados, acompanhando o crescimento da menina. O painel na parede deixa o visual mais gracioso, pois brinca com os frisos quadrados e com a iluminação embutida. Foi feito de MDF, com acabamento de laminado. A cama sem cabeceira pede menos espaço e é destacada por travesseiros e almofadas que criam volume. Mas o que mais sobressai no modelo é a sua altura baixinha: com um móvel proporcional ao seu tamanho, a pequena moradora consegue arrumar a própria cama de manhã. A mesinha segue a mesma ideia: é baixa e tem um tampo retrátil.
Planta do apartamento com 60m²
Texto Daniela Arend
Fonte: Minha Casa