Novo modelo de escritório da Philips, adota moderno conceito aliando luminotécnica à princípios de mobilidade, inovação e sustentabilidade
A luminotécnica da nova sede da Philips é parte essencial de uma proposta de ambientes de trabalho que reflete eficiência no uso do espaço e bem-estar dos funcionários. A predominância de leds, a variabilidade luminosa, a possibilidade de criar diferentes cenas e o baixo consumo de energia elétrica são algumas das principais características do projeto de autoria de Gilberto Franco e Carlos Fortes.
A Philips vem implantando um novo modelo de escritório em vários países. A unidade brasileira foi a sétima do mundo e a primeira da América Latina a adotar o Workplace Innovation (WPI), um conceito em acordo com princípios de mobilidade, inovação e sustentabilidade.
Desde o final de 2010, cerca de mil funcionários da empresa ocupam quatro pavimentos, cada um deles com aproximadamente 2 mil metros quadrados, de um edifício localizado em Barueri, na Grande São Paulo. A adoção do WPI resultou em menor área de escritórios – redução de 30% em relação às antigas instalações – e solucionou problemas espaciais, como a predominância de postos de trabalho vazios diante de salas de reuniões sempre lotadas.
No novo conceito, não há diferenciação hierárquica no mobiliário. Poucas pessoas têm postos fixos de trabalho e o funcionário ocupa a estação mais conveniente para cada atividade, buscando integração com as equipes. Pode até mesmo trabalhar em casa ou em pequenas salas fechadas quando as tarefas requerem mais concentração.
Várias modalidades de salas de reuniões atendem a diferentes necessidades de uso do espaço e de recursos tecnológicos, e há postos de trabalho para colaboradores que ficam na empresa por breves períodos.
Esse modelo é acompanhado por uma proposta luminotécnica que, considerando as atividades realizadas em cada espaço, traduz a imagem da empresa e reafirma a importância da marca nos segmentos em que atua.
Boa parte das lâmpadas convencionais usadas em ambientes corporativos foi substituída por leds. Sensores de presença e de luminosidade natural, controles de intensidade e de temperatura de cor, além de recursos para pré-programação de cenas e variação de cores, aparecem em todos os setores.
“Fizemos o projeto na ponta do lápis para garantir baixo consumo de energia e a pontuação do Leed para a certificação do escritório”, detalha Gilberto Franco, um dos autores do projeto de luminotecnia.
O corredor de acesso à recepção principal faz referência ao equipamento de ressonância magnética fabricado pela divisão de saúde. É iluminado por leds embutidos em sancas e conectados a programadores de cor.
No forro rebaixado, leds de 22 watts em projetores orientáveis de facho aberto promovem efeito wall washer para destacar a comunicação visual na parede plana. Na recepção principal, o apelo maior é o design.
Sobre o balcão, as luminárias pendentes do tipo microfresnel têm difusores em formato de CD e empregam leds de 20 watts.
A luz atravessa as lentes ranhuradas e resulta em uma iluminação focada e confortável. Para destacar os nichos foram escolhidos projetores orientáveis semiembutidos com leds de 22 watts.
Uma grande sala aberta em cada pavimento pode funcionar como área de convivência ou espaço informal para reuniões.
Sempre localizadas junto da recepção, elas têm mobiliário e tapetes coloridos e abrigam também os armários onde os funcionários guardam materiais de trabalho e objetos pessoais.
A iluminação geral é dada por downlights com leds de 12 watts, substituindo as fluorescentes compactas de 18 watts. O detalhe especial fica por conta de pendentes com leds de baixa temperatura de cor.
“A Philips adquiriu algumas marcas de luminárias decorativas, como a italiana Luceplan, e nós usamos essas peças em vários pontos para valorizar os ambientes”, comenta Franco.
Os pendentes de luz direta e indireta para fluorescentes nas salas de reuniões permitem regulagens feitas pelo usuário, que pode escolher até mesmo a temperatura de cor desejada.
Esse mesmo conceito, mas em luminárias mais simples, reaparece nas pequenas salas para atividades que exigem mais concentração.
Nos salões de escritórios abertos aparecem luminárias duplo-parabólicas, com controle de ofuscamento, e três fluorescentes de 13 watts que, apesar de um pouco menores, têm a mesma eficácia das lâmpadas T5.
As fileiras mais próximas das janelas são dimerizadas, o que propicia o aproveitamento da luz natural. Esse conjunto possui ainda sensores de presença e de luminosidade que ampliam as possibilidades de acendimento, conforme a quantidade de pessoas trabalhando na área.
As circulações são marcadas por sancas sinuosas, enquanto sancas ortogonais diferenciam forros e usos do espaço.
Fonte: PROJETODESIGN / Edição 373 Março de 2011