Além de interiores com belo projeto de iluminação e automação, espaço decorado por Mayra Lopes destaca ainda elegante varanda gourmet
A vista panorâmica da cidade de São Paulo, com ângulo privilegiado para o Parque do Ibirapuera, é um dos pontos que fazem do terraço gourmet deste apartamento em São Paulo, a grande sensação do projeto de interiores, o espaço foi assinado por Mayra Lopes.
Foi a partir dos tons claros, como o branco e o bege, e da mistura de materiais, como o porcelanato e a madeira, que a profissional buscou desenvolver um espaço contemporâneo e ousado, com detalhes em seda e cristais. Esculturas e painéis decorativos também foram usados para dar relevo às paredes.
A arquiteta trabalhou no meio de campo entre o cliente e a construtora Barbara, que oferecia algumas opções para o layout do apartamento de 310 m², no 25º andar. “Configurei as divisões internas atendendo tanto às solicitações do cliente quanto às restrições impostas pela construtora, personalizando o projeto desde a planta”, conta Mayra Lopes.
Para não perder a garantia sobre a entrega do imóvel -novinho em folha, o cliente optou em usar os materiais que eram disponibilizados pela própria Barbara.
Para Mayra, isso não significou uma limitação ao seu trabalho. De acordo com o projeto da construtora, o apartamento tinha de ter, no mínimo, três dormitórios e, no máximo, cinco. Como o item é importante para a valorização do imóvel, o projeto de interiores desenvolveu quatro quartos, embora três fossem suficientes para os moradores. “Optamos por fazer mais um para hóspedes, visto que a área total é generosa e ainda teríamos a possibilidade de integrar toda a área social.”
Resultou, assim, em três suítes menores, de aproximadamente 10 m² cada, e uma maior, de 20 m², para o casal. Um corredor que, segundo o desenho original, seria utilizado como rouparia, foi transformado em home office, e aparece como um eixo que separa área íntima da de serviços. “Dá para passar às suítes, pelos serviços, sem transitar na área social.”
“A divisão acaba sendo muito simples: há um hall principal, com lavabo, living, jantar e home theater; a área social é integrada, o que dá a sensação de amplitude”, diz Mayra Lopes. As áreas íntima e social separam-se por uma ‘porta invisível’: “o painel do home theater é infinito; trata-se de porta pivotante que, quando fechada, parece parede”, descreve a arquiteta.
Do lado de fora, e para toda a cidade, uma varanda gourmet recebeu o mesmo piso da área social interna, se tornando extensão da sala. Poderá, no entanto, estar separada dos ambientes de estar e jantar, quando grandes portas de correr em vidro (e com persianas) estiverem fechadas.
Revestimentos
Segundo o projeto original, ambientes sociais teriam piso de madeira, enquanto um carpete teria sido colocado nos dormitórios. “Por questões de higiene, saúde e por valorização do imóvel, preferimos o porcelanato brilhante, imitando mármore de Carrara branco, em toda a área social”, diz a arquiteta, que desenhou os rodapés boleados formados por dois frisos, cortados por empresa especializada.
No piso da área íntima foi aplicado tacão de peroba, entregue de forma rústica, e que a arquitetura de interiores poliu e tratou com resina para proteção.
Nos banheiros, a cerâmica vai do piso ao teto somente dentro dos boxes, por questões de impermeabilização e limpeza. “No mais, temos meia-parede de cerâmica, com pintura.” No caso do banheiro de hóspedes, o papel de parede entrou de novo em cena; desta vez, atrás do espelho, sobre a bancada. “É um material especial, vinílico e limpável”, conta a arquiteta. No banheiro de menina, entretanto, aplicou-se adesivo I-Stick, que é barato e fácil de colar.
Iluminação e Automação
Pontos de luz estão embutidos no forro, executado com painéis de gesso acartonado. Os corredores permanecem acesos durante a noite, com luz baixa e indireta, de segurança, proveniente de focos instalados nas paredes, a 30 cm do piso, na cor âmbar -portanto, com efeito dourado sobre a madeira do piso.
Já no forro da copa fez-se recorte no gesso, fechado posteriormente com acrílico, para luz mais clara e branca, quando necessária. Como o ambiente também servirá para refeições menos formais -mas que nem por isso têm de ser menos aconchegantes-, é possível ascender apenas iluminação dicróica embutida, que é dimerizada.
Para Mayra Lopes, porém, um projeto de iluminação bem articulado é importantíssimo à beleza noturna dos ambientes. Esse foco no layout, além da comodidade da integração completa da residência, foram os argumentos apresentados ao proprietário para convencê-lo a instalar sistema de automação.
“Foi só mostrar a meu cliente as vantagens de se ter, num apartamento tão integrado, luz, vídeo, áudio, persianas, ar-condicionado e todo um conjunto de eletroeletrônicos num único controle remoto, para ele topar a proposta”, conta. O projeto foi então desenvolvido e fornecido pela Cynthron.
Conseguir gerar momentos de privacidade, mesmo em ambientes integrados e amplos, foi ponto decisivo para convencê-lo: diversas caixas de som estão espalhadas por diferentes espaços de convivência que se isolam com portas de vidro sobre trilhos, tornando possível ouvir futebol durante o churrasco, do lado de fora, assistir um filme no home theater e escutar música na cozinha, tudo ao mesmo tempo. “Além do controle remoto, há três telas instaladas em pontos estratégicos da casa para controlar toda a automação.”
No que diz respeito à luz, o projeto de automação prevê três cenários distintos: o “filme”, em que descem os blackouts, se fecham as cortinas e a luz se dimeriza; o “festa”, com lustre aceso na sala de jantar, aparador marcado e luz especial de recepção no hall social; e o “visita”, em que tudo é aceso, em formato menos cênico que os dois primeiros. Para cada situação social, uma nova cara.
Marcelo Scandarolli/Divulgação
Fonte Casa e Imóveis