Visando melhores imagens, cientistas descobriram que técnica usada nos vitrais auxilia na captação das cores
Investigadores britânicos preparam os instrumentos para uma missão ao planeta Marte, prevista para 2018. Para tanto, utilizarão o robô Rover, que está em fase de testes numa praia do País de Gales. “Rover” integra uma câmara panorâmica que vai permitir traçar o mapa de Marte e obter imagens geológicas de vários espectros e em cor real.
Para alcançar este objetivo foi necessário resolver um problema de colorimetria, explica um cientista da Universidade de Aberystwyth. “A atmosfera marciana contém poeira que tende a dar uma tonalidade ocre às coisas. Devemos, por isso, corrigir a cor, por assim dizer. Na verdade é um pouco mais complicado mas é basicamente isso que fazemos”, afirma Dave Barnes.
Os alvos de calibração são constituídos por discos de vidro coloridos e permitem ao robô Rover realizar a correção das cores. Os cientistas descobriram que a técnica usada nos vitrais pode ser útil para conseguir melhores imagens de Marte, em particular para lidar com os elevados níveis de radiação ultravioleta. “As cores nos vitrais são tão boas como eram há séculos porque o vidro absorve a luz ultravioleta e protege os químicos que dão as diferentes cores”, acrescenta Dave Barnes.
O projeto da Universidade de Aberystwyth é complexo e envolve horas e horas de trabalho de laboratório. O vidro é cortado em discos finos. O material tem de resistir às agruras da viagem espacial da mesma forma que os vitrais das Igrejas se mantêm intactos ao longo dos séculos. Espera-se que a técnica dos discos possa ajudar os cientistas espaciais a captar as verdadeiras cores do planeta Marte.
Fonte: euronews