O fusing foi desenvolvido pelos antigos Egípcios e se tornou a primeira técnica de pigmentação e moldagem de vidro
O empresário Gustavo Benini, de São Paulo, produz objetos como vasos, fruteiras e painéis decorativos, utilizando o vidro como principal matéria prima, através da técnica de fusing em vidro. Ele transforma chapas de vidro comuns em objetos de decoração com alto valor de mercado.
“É um material fantástico, que fascina pela questão do brilho e da transparência. Existe o mercado da decoração e o de presentes, além de uma série de outros segmentos que usam vidro”, explica o empresário. O empresário trouxe a técnica da Itália, onde trabalhou durante dois anos como artesão. Para fazer uma peça ele desenha em cima do vidro, depois, usa uma régua com ponta diamantada para cortar o vidro em seis pedaços. O próximo passo é jogar pigmento em cima. Gustavo, então, junta os pedaços novamente, e coloca no molde, “As formas são feitas de fibra cerâmica e vêm prontas da indústria. Elas são feitas de um material que agüenta alta temperatura e muitas queimas”, ensina Benini.
A peça vai ao forno a 800º C , em uma técnica chamada termofusão ou fusing. “No processo de fusão começa o arrefecimento, ou seja, o vidro começa a amolecer”, afirma. Aos poucos, a peça incandescente ganha o formato do molde. Depois, é preciso esperar 10 horas até o produto voltar à temperatura normal para obter a peça. O empresário dá aulas para quem quer entrar nesse segmento e o curso dura três dias e custa R$ 1 mil. Gustavo ensina as técnicas da arte em vidro uma a uma. “Eu vim fazer a aula para ampliar meu leque de opções. Eu sou artista plástico e as técnicas desenvolvidas no curso vão ampliar meu repertório”, diz o aluno Walter Novaes.
Para quem quer montar um negócio como este, o investimento é a partir de R$ 25 mil. O dinheiro é para reformar o espaço, comprar cortador de vidro, alicate e forno. A matéria prima possui uma ótima relação custo benefício, fazendo as contas: uma chapa de vidro custa R$ 14, com ela é possível fazer três peças vendidas a R$ 80 cada. Quanto mais criativas as peças, maiores são os lucros. As técnicas fazem diferença na hora de criar, além da pintura, existe a sobreposição de vidro no vidro, a treliça, e a inserção de metais dentro do vidro. E para a peça ficar mais bonita, o empresário cria bolhas. “A bolha é fruto da reação entre dois vidros, que liberam gases”, explica.
Gustavo faz cinco mil peças mensais e atende em média, 15 clientes por mês. Construtoras e arquitetos representam 60% das vendas e no último ano, o movimento na empresa cresceu 30 %. “Divulgo meu trabalho por mídias de consulta e sites de busca.Também através das feiras que eu participo e dos representantes na rua”, revela Benini. Uma igreja encomendou 14 painéis e a porta do confessionário. O trabalho é todo feito em vidro e retrata temas como a via sacra de Jesus. A bolha no vidro, que na indústria é tida como defeito, aqui é efeito artístico. Para o padre Eduardo Flauzino, a arte em vidro foi escolhida porque é discreta e combina com os vitrais da igreja. “O vidro não agrediu a decoração tradicional da igreja mas deu um toque de modernidade”, afirma o padre.
Fonte: meionorte.com