Com ares fantasmagóricos, esculturas em vidro se moldam sobre formas femininas imaginárias, criando a noção de movimento e vida
Como uma forma metafórica de explorar o homem em sociedade, bem como todas as suas identidades e “vestimentas” assumidas perante nosso círculo social, a artista Karen LaMonte, espécie de estilista do vidro, passou a desenvolver uma série de esculturas em vidro inspiradas em roupas, fantoches e marionetes.
Graduada pela Rhode Island School of Design em 1990, a jovem artista até então trabalhava e morava em Nova Iorque, onde participava de diversas exposições em galerias de arte.
Mas sempre se manteve empenhada na representação artística da disparidade entre a nossa pele natural e nossa “pele social”, ou seja, nossa vestimenta, utilizada para ocultar e proteger nossa verdadeira face, o que nos transforma em seres sociais, explica Karen.
Após receber uma bolsa em 1999, a artista seguiu para dar continuidade a seu trabalho na República Checa. De lá, passou a investigar mais profundamente a ideia de que a roupa molda o corpo para que ele possa ser culturalmente visto e articulá-lo de uma forma socialmente significativa. Passando logo em seguida a trabalhar em esculturas de vestidos em vidro fundido
Uma de suas primeiras obras foi o Blue Dress, exposto no Corning Museum of Glass. A artista expandiu seu trabalho, adicionando a impressão de um corpo ausente em suas esculturas. Criando vestidos com impressões sutis da forma feminina, que nos convidam a tocar o que parece ser de cetim ou seda, nos fazendo descobrir que suas formas brancas e translúcidas são moldadas em vidro fundido pelas mãos da artista.
Sua capacidade de criar um material tão rígido em formas sensuais e tamanho real, com delicadas rugas e pregas, confundindo nossos sentidos táteis, levou sua obra a receber o Prêmio Louis Comfort Tiffany Foundation em 2001.
Recentemente, seu trabalho foi exibido no Museu de Arte Chrysler em Norfolk, Virginia, nos EUA, sendo adquirido em seguida pelo Smithsonian Art Museum. Karen LaMonte continua a moldar suas peças em vidro na República Checa, onde vive até hoje.
Saiba mais sobre seus trabalhos em karen LaMonte