Artista paulista vem se destacando no segmento de semijoias em vidro. Folheadas em prata e ouro, as peças já foram exportadas para cinco países.
Há mais de dez anos inserida no mundo da arte em vidro, Suzana Dourado vem expressando sua arte através do Fusing, uma técnica minuciosa de moldagem onde toda a fluidez do vidro é posta à prova, assumindo novas formas escultóricas e gerando uma interessante forma de reutilização deste misterioso material forjado no fogo.
Paulista radicada em Goiás desde o início da adolescência, Suzana ganhou notoriedade produzindo peças escultóricas em vidro reciclado. Formada em Belas Artes pela Universidade Federal de Goiás (UFG), a artista possui ateliês em Goiânia e no Distrito Federal, de onde suas peças são comercializadas para todos os Estados e, até mesmo, outros países.
Apesar de criar tudo a partir desse elemento natural, Suzana se especializou na produção de semijoias exclusivas em vidro, o carro-chefe de suas criações. Em recente entrevista à ANBA, Suzana conta que até 12 anos atrás trabalhava principalmente com pintura em telas e painéis. De lá para cá, resolveu investir na arte em vidro, desenvolvendo colares, anéis, utensílios de cozinha e objetos de decoração. Às vezes o insumo é comprado, mas na maior parte das vezes a artista utiliza o vidro reciclado, de restos de construção ou do comércio da área.
Quando começou a trabalhar com vidro, a artista utilizava bijuterias para complementar as peças. Depois passou a usar folheado em prata e ouro, do tipo que não escurece e nem causa alergias. Tomou a decisão porque percebeu que o seu público consumidor era exigente.
A artesã enfatiza que a beleza de suas peças está na produção essencialmente manual e exclusiva: “Evito ao máximo utilizar elementos de fora, como colagem, por exemplo. Priorizo o trabalho manual para tornar a peça única e o mais autêntica possível”.
Para ser fiel a essa exclusividade, Suzana executa todas as etapas de criação de uma peça, inclusive a produção das tintas. A sílica com pigmentos é testada através de fórmulas até se chegar à cor desejada. A artista plástica já possui mais de 400 nuances diferentes. “Minha vontade é criar, por isso produzo minhas próprias cores. E é claro que tenho meus segredos”.
Algumas peças, por exemplo, chegam a ter camadas duplas e até triplas de vidro, ou seja, vidro dentro de vidro. “As pessoas amam peças assim”, orgulha-se a artista.
Hoje são produzidas pelo menos 40 a 50 peças ao mês, que são vendidas em duas lojas de terceiros, em Goiânia e no Distrito Federal, e também direto aos consumidores, que fazem pedidos ao ateliê. Suzana costuma participar de feiras pelo Brasil, normalmente em função de convites das secretarias de cultura de Goiás e do Distrito Federal. As exportações ocorrem de contatos feitos a partir de sua participação em exposições em embaixadas. O ateliê Suzana Dourado Arte em Vidro já enviou peças para Estados Unidos, França, Itália, Portugal e Espanha.
