A “Casa Alemã” mostra tecnologias de autossuficiência energética e é considerada um milagre da sustentabilidade
17/08/2010
O projeto é cheio de vidros, mas tem persianas de madeira para manter a privacidade. Não usa ar-condicionado, mas está sempre com uma temperatura agradável. Mantém diversos eletrônicos ligados graças à energia solar e, ainda assim, consegue apresentar certo charme. Assim é a Casa Ecoeficiente Alemã, que chegou ao Brasil para apresentar tecnologias de autossuficiência energética para a construção civil.
A Casa Alemã, que utiliza carvalho em sua estrutura, é constituída por dois ambientes fechados em forma de contêineres e uma cobertura flutuante. No primeiro espaço é demonstrado o conceito chamado casa passiva, no qual há isolamento térmico-acústico, o que impede a perda de energia térmica e a entrada de ruídos. No segundo são expostos diversos tipos de materiais isolantes que podem ser usados como alternativas para a construção civil. Além disso, há um espaço reservado às baterias que acumulam a energia proveniente dos painéis fotovoltaicos, que captam a luz do sol.
A autossuficiência elétrica da casa alemã é gerada pelo aproveitamento da energia solar, por meio de coletores instalados no telhado, da ampla utilização de vidros e de módulos fotovoltaicos instalados na superfície da cobertura e no lado externo das paredes.
O isolamento termo-acústico é obtido por meio da vitrificação tríplice nas janelas e das placas térmicas embutidas nas paredes. “As tecnologias aplicadas no projeto fazem com que haja a menor troca de calor possível entre o ambiente externo e o interno, o que torna o ar condicionado dispensável”, diz Julio Muñoz Kampff, vice-presidente da Câmara Brasil-Alemanha.
Na Casa são expostos ainda equipamentos que potencializam a economia energética, como o sistema de refrigeração, o de aproveitamento da água da chuva, as lâmpadas de LED e os sensores que permitem a utilização inteligente da luz solar durante o dia e da luz artificial à noite.
Construir uma casa como a exposta no Ibirapuera não é ainda, entretanto, tarefa simples. Algumas tecnologias apresentadas, como as placas fotovoltaicas, não são facilmente encontradas no Brasil. Kampff explica que as companhias interessadas podem entrar em contato com a Câmara Brasil-Alemanha para buscar mais informações. “Temos uma gerência de meio-ambiente para oferecer consultoria às empresas interessadas em usar as tecnologias alemãs”, diz.
Esse conceito, trazido da Alemanha, percorrerá ainda outras 12 cidades da América Latina, é um modelo de arquitetura sustentável que utiliza uma técnica solar de aproveitamento energético e pode ser construída em apenas três dias.
A iniciativa dos Ministérios de Economia e Tecnologia e de Transportes, Obras e Desenvolvimento Urbano da Alemanha, em parceria com a Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, é baseada no modelo de habitação sustentável desenvolvido pela Universidade Técnica de Darmstadt.
O projeto venceu o concurso internacional de arquitetura e engenharia “Solar Decathlon”, patrocinado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos, em 2007 e 2009.
Fontes: Ig ; Brasilalemanhanews