Datada de 1932, residência ainda impressiona pela versatilidade e provocante fachada em tijolos de vidro
Embora pouco conhecida, a Maison de Verre, em Paris, desafia nossas suposições sobre a natureza do modernismo. Projetada em 1932, pelo designer de interiores Pierre Chareau, o arquiteto Bijvoet Bernard e o artesão Dalbet Louis, a residência ainda aspira em pleno século XXI, todo um estilo modernista alinhado à praticidade de vida, um verdadeiro exemplar de vanguarda e de excepcional beleza plástica e espacial.
A Maison levou em consideração a transparência, variedade de formas e o diálogo entre elementos industriais e mobiliário tradicional.
Mas a característica mais marcante de sua concepção é realmente a fachada, toda feita com o uso de tijolo de vidro. É sua principal inovação. Para a época, o piso emborrachado e a estrutura em aço também eram novidade, ressaltavam o aspecto industrial da residência.
Mas não para por aí. Os arquitetos brincam que a Maison de Verre é uma verdadeira “máquina-de-morar”, já que todos os mínimos detalhes foram pensados para tornar o dia a dia o mais prático possível.
A casa funciona através de vários mecanismos: janelas se abrem por manivelas, escadas são retráteis, o mobiliário foi projetado levando em consideração a flexibilidade e mutação dos ambientes, como paredes giratórias e painéis deslizantes, por exemplo. Detalhes que possibilitam a divisão de usos, dão a um espaço a chance de ser dois. O térreo, por exemplo, originalmente era destinado ao consultório médico do dono da casa.
Desde 2006, a Casa de Vidro pertence a um historiador de arquitetura norte-americano, que a restaurou e mora por lá. Mas que permite excursões para os visitantes. Anote o endereço: 31 Rue St-Guillaume, Paris, França.