Combinando andares comerciais e residenciais, torre busca sintonia entre sua arrojada volumetria curva em vidro e edifícios históricos vizinhos
Rodeada por montanhas e o mar, Vancouver, no Canadá, foi a cidade escolhida pelo escritório Foster + Partners, do arquiteto Norman Foster, para seu primeiro projeto residencial na América do Norte. Concluída no final de 2011, a Jameson House é definida por uma torre mista com 35 andares envidraçados, onde os 11 primeiros são dedicados à escritórios e comércio, e os 23 seguintes acomodam um mix de 138 apartamentos, sendo que os do último andar são duplex, com terraços verdes e sistema de irrigação por captação de água da chuva.
O edifício, com apelo sustentável, segue uma tendência dos grandes centros de unir espaços comerciais e residenciais, ou seja, viver e trabalhar no mesmo local, incentivando uma menor pegada de carbono com transporte.
Segundo Norman Foster, o projeto fortalece a atividade social e um consumo de energia equilibrado, combinando sua mistura de usos diurnos e noturnos. Sua alta densidade e uso misto, oferece um modelo de vida urbana sustentável e mostra uma evolução na construção de arranha-céus.
Como projetos anteriores de Foster, a Jameson House alia uma construção moderna e imponente à uma intervenção sobre elementos do patrimônio arquitetônico da cidade, o arquiteto também buscou recuperar as fachadas dos edifícios históricos vizinhos.
O que antes eram dois pequenos edifícios da década de 1920, integraram-se à torre de vidro. Um teve todo o interior em pé-direito duplo restaurado à sua configuração original, enquanto o outro teve sua fachada inteiramente conservada.
O desenho da torre busca uma sintonia entre o antigo e o moderno. Os dois primeiros andares e o térreo acompanham o alinhamento da fachada dos comércios presentes na rua, enquanto os oito pavimentos superiores de escritórios, em linhas retas, alinham-se com o beiral dos edifícios ao lado. Já os andares residenciais possuem uma volumetria permeada por quatro seções curvas e crescentes até o lado oeste da torre. Seu formato não é apenas visualmente impressionante, mas também minimiza a resistência do vento, reduz os ganhos térmicos e maximiza os pontos de vista, aproveitando melhor a luz e ventilação naturais.
Nos interiores, com projeto também assinado pelo escritório, Foster optou por alocar os espaços de convívio nas partes curvas. O resultado são salas com paredes arredondadas e varandas em linhas curvas e direcionadas à paisagem.
O Jameson House conta ainda com um estacionamento subterrâneo automatizado, o qual reduz o número de pisos de estacionamento e, consequentemente, a escavação do solo e os requisitos de iluminação e ventilação no subsolo.
Fonte: ArchDaily