Aeroporto Guangzhou Baiyun ganha enorme estrutura de vidro e aço

Para dar as boas vindas a paisagem chinesa foi redesenhada por uma megaconstrução de vidro e aço

31/08/2010



Aeroporto Guangzhou Baiyun ganha enorme desenho estrututal em vidro e aço com planos inclinados e curvos

Projetado para atender às demandas da florescente economia de Guangdong, o novo aeroporto internacional de Guangzhou, capital da província, inaugurou seu primeiro terminal de passageiros, com estruturas metálicas e vidro, que garantem leveza e transparência à megaconstrução.

O acordo de cooperação técnica entre a China e os Estados Unidos para projetar e construir um grande terminal aeroviário mostrou seus primeiros resultados com a entrada em operação do Aeroporto Internacional Guangzhou Baiyun, localizado na cidade de Guangzhou. Considerado um dos mais arrojados e modernos do mundo, o novo equipa mento é cinco vezes maior que o antigo: ocupa extensão de 13,5 quilômetros e tem capacidade para atender 25 milhões de passageiros e abrigar 186 mil operações aéreas anualmente. A primeira etapa do complexo, já concluída, inclui terminais de embarque e desembarque, estacionamentos e um hotel.

No interior destaque para as estrturas que compõe a cobertura

O cuidadoso desenho estrutural, concebido para a construção metálica e a composição de planos inclinados e curvos em coberturas e fachadas suspensas são algumas das características do aeroporto. Vidro e aço foram os principais materiais utilizados na estrutura e nos fechamentos do conjunto de edifícios, no terminal e nas pontes de embarque. O prédio principal apresenta fachada com inclinação positiva, enquanto as pontes de embarque têm desenho curvo, que se desenvolve da cobertura ao piso. Pouco comum na paisagem chinesa, esse tipo de partido arquitetônico despertou a atenção, tanto pela leveza como pela transparência.

Essas soluções são complementadas por coberturas curvas, que consumiram cerca de 60 mil metros quadrados de membrana de fibra de vidro. Elas se distribuem ao longo dos blocos retangulares, compondo corpos de forma trapezoidal, e também cortam longitudinalmente o corpo principal do conjunto de edifícios.

Formas estruturais

O sistema de fachada estrutural escolhido tem vidros suspensos, sem caixilhos e silicone estrutural. Para a ancoragem foram previstas estruturas produzidas com perfis tubulares de aço que, em algumas faces, assumem formas em arco e, em outras, servem para a fixação de tirantes do mesmo material. A instalação dos vidros é feita com spiders de aço com quatro hastes.

Vidros laminados de alta performance, fabricados com película de PVB, conferem a necessária transparência, exigida pelo projeto, e ao mesmo tempo colaboram com o desempenho termoacústico no interior das edificações.

No total, foram utilizados 20 mil metros quadrados da película Vanceva Solar, na cor verde, em vidros das fachadas e coberturas zenitais. A cobertura curva foi construída com estrutura metálica espacial e telhas termoacústicas, também metálicas – brancas no lado voltado para o interior da edificação e prata na face externa.

Fachada de vidro estrutural com sistema Spider Glass - Aeroporto Guangzhou

Fachada de vidro estrutural com sistema Spider Glass - Aeroporto Guangzhou
Fachada de vidro do Aeroporto Internacional Guangzhou Baiyun

O complexo deverá consumir cerca de 520 milhões de dólares. O Departamento de Administração da Aviação Civil da China e a Comissão Estatal de Desenvolvimento e Planejamento aprovaram o projeto nos anos 1990. A obra é parte de um plano de aumento da capacidade dos sistemas aeroportuários que inclui empreendimentos de engenharia em grande escala, para acompanhar o crescimento econômico e a rápida expansão populacional chinesa. A grande demanda do segmento de viagens no país resultou na inclusão, no plano qüinqüenal, de propostas de renovação ou construção de 41 aeroportos.

Infra-estrutura

A primeira etapa de obras do aeroporto incluiu a construção do terminal principal, do edifício de conexão leste-oeste, quatro pátios abertos, estacionamento no nível térreo com tratamento paisagístico, edifício-garagem, complexo hoteleiro e torre de controle do tráfego aéreo – a mais alta entre as existentes no país. As características operacionais e a tecnologia proposta para a construção do Aeroporto Internacional Guangzhou Baiyun atraíram a atenção de empresários e de companhias internacionais, interessados em participar do crescente incremento do mercado chinês.

A infra-estrutura aeroportuária, nessa primeira fase, ganhou setores de equipamentos para manutenção de aeronaves e carregamento aéreo, e cerca de 65 hangares (até 2010 serão 192), além de via expressa e ferrovia servindo o aeroporto. Dois sistemas de pistas marginais, na área do terminal, facilitarão o f luxo de veículos, reduzindo congestionamentos. Sob a edificação, uma estação metroviária atenderá quem desejar se dirigir ao centro de Guangzhou.

Para as obras da primeira etapa, o escritório Parsons, dos Estados Unidos, em parceria com a subempreiteira URS Greiner e institutos chineses de design, desenvolveu os estudos de conceituação do desenho de todo o terminal de passageiros, incluindo atividades e serviços terrestres. A equipe norte-americana começou a projetar o aeroporto em 1999. A experiência do escritório em planejamento avançado e coordenação colaborou para enfrentar o desafio de trabalhar com a burocracia governamental chinesa, na finalização da primeira fase do megaprojeto.

A etapa de desenho, desenvolvida nos EUA, foi concluída em três anos. Nesse período, o escritório coordenou a documentação para a construção, em parceria com escritórios de arquitetura locais, como o Instituto de Desenho Arquitetônico da Província de Guangdong.

Capital da província de Guangdong, Guangzhou tem 7,1 milhões de habitantes e fica no centro da região do delta do rio Pérola, fronteira com Hong Kong. Historicamente de vocação agrícola, é hoje um centro industrial, responsável pela produção de cerca de um terço das exportações chinesas. O novo aeroporto deverá tornar-se uma das principais portas de entrada na China. O segundo maior em fluxo de passageiros e o terceiro em movimento de cargas, ele competirá com cinco terminais aéreos regionais e internacionais, entre eles os de Hong Kong e Macau.

Quando as obras estiverem totalmente concluídas, haverá junto ao terminal um centro de convenções de padrão internacional. Assim, o visitante poderá desembarcar, registrar-se no hotel (com mais de 800 unidades de hospedagem), alimentar-se, fazer compras (área de 200 mil metros quadrados foi destinada a um shopping center) e participar de eventos sem sair das dependências do aeroporto.

A segunda etapa do conjunto está na fase de desenvolvimento de estudos de planejamento e projetos. Ela compreende mais uma pista de pouso e decolagem e a expansão do terminal, que terá sua capacidade anual aumentada para 80 milhões de passageiros e 360 mil operações aéreas. Na terceira fase, que deverá estar concluída em 2010, serão construídos mais um terminal de emissão de passagens e outros 50 portões de embarque.

Fonte: Arcoweb