O espaço revela uma inédita fachada de vidro com rosas impressas e moderno sistema de iluminação com LEDs.
O cruzamento das ruas Oscar Freire e Haddock Lobo é um dos pontos mais valorizados do comércio sofisticado de São Paulo. Justamente numa dessas esquinas, uma construção nunca ocupada permaneceu vazia por mais de 12 anos. Disputadíssimo entre os lojistas, o prédio finalmente recebeu em 2008 seu primeiro locatário: o Espaço Santa Helena, marca que detém as grifes Cleusa Presentes e Suxxar e vende mais de 20 mil itens entre eletrodomésticos, cristais, pratarias, porcelanas, objetos de decoração, utensílios para cozinha e equipamentos de áudio e vídeo. “É uma loja-conceito, um piloto para outras unidades do Espaço Santa Helena e também para as lojas menores, que comercializam apenas uma ou outra grife”, detalha Jayme Lago Mestieri, arquiteto que venceu o concurso fechado para a seleção do projeto.
A proposta escolhida implicou significativa reforma do prédio e permitiu atender às premissas estabelecidas pelo cliente. “Ele desejava um projeto inédito e estava disposto a investir em protótipos para encontrar as melhores soluções em tecnologia”, afirma Mestieri. As obras começaram pela demolição da fachada original, da circulação vertical e pela relocação de vários pilares e do vazio central, abrindo um espaço completamente novo. “Praticamente só sobraram as lajes no lugar original”, conta o arquiteto. A intervenção durou sete meses e a retirada dos tapumes revelou a grande fachada que ombina vidro serigrafado preto nos arremates laterais e vidros laminados com películas que trazem o desenho de rosas na área central. Uma segunda película, reticulada, contribui para preservar a vista para o exterior mesmo com a mudança de cores da fachada, efeito criado com a instalação de linhas de leds na altura das lajes dos pavimentos superiores.
Afastada 60 centímetros das lajes, a fachada – desenvolvida em co-autoria com a Matec Engenharia, empresa encarregada do gerenciamento da obra – é sustentada por colunas também de vidro e apresenta placas estruturadas por aranhas de quatro hastes.
O sistema é o mesmo que dá suporte à escada interna em espiral, com guarda-corpo e degraus de vidro. A escada contorna a caixa do elevador e, por sua vez, é circundada pelas prateleiras que fazem o pano de fundo para o balcão curvo da recepção, também elaborado em vidro.
O arquiteto desenvolveu o mobiliário e empregou madeira rústica para contrastar com o aço e o vidro, dando uma ambientação mais aconchegante aos interiores. Na face inferior das prateleiras, a linha de leds que ilumina os objetos em exposição pode ser relocada, o que dá flexibilidade à exposição das peças.
“Com três centímetros de espessura e capacidade para mais de cem quilos cada uma, as prateleiras são removíveis e podem ser encaixadas em qualquer ponto do painel de fundo”, garante Mestieri.
Funcionando como expositor, a grande mesa do térreo possui estrutura de aço inoxidável e tampo duplo de vidro. Neste, a parte inferior é espelhada e oculta a fiação e os leds que respondem pela iluminação dos objetos. De efeito decorativo, a parte superior apresenta uma malha com placas jateadas que segmentam a mesa em diferentes áreas de exposição.
O Espaço Santa Helena é dividido em quatro níveis. No subsolo funcionam setores de serviços e no térreo está a linha de produtos da Cleusa Presentes, como cristais, louças e pratarias. O pavimento superior dá lugar aos itens da Suxxar, utensílios de cozinha e eletrodomésticos nacionais e importados.
No último piso funcionam os serviços para listas de casamento e a área de eventos, complementada por amplo terraço descoberto. Nesse andar, a porta de vidro retrátil protege os objetos de decoração expostos na vitrine em L durante a realização de eventos. Tal vitrine possui 13 metros de extensão no lado maior e 2,5 metros no menor.
Fonte: Arcoweb