Nanotecnologia permite a criação dos vidros autolimpantes

Na fabricação do vidro autolimpante é aplicada em sua face uma camada com 40 nanômetros de espessura feita de dióxido de titânio

08/09/2010



Há mais de dois mil anos, os gregos levantaram a hipótese de que todas as coisas eram formadas a partir de partículas fundamentais e indivisíveis; os átomos. Por muito tempo acreditou ser o átomo a menor estrutura conhecida pelos humanos. Tal afirmação cai por terra, a partir da década de 90, ocasião em que o mundo conheceu a promissora inovação tecnológica, através da qual se criaram uma série de expectativas em relação aos benefícios para a indústria e, conseqüentemente para a sociedade.

A nanotecnologia é a engenharia de materiais em escala de átomos e de moléculas.  O prefixo grego nano significa anão e faz referência a um padrão de medida que equivale a um bilionésimo de metro. Pra ser idéia do que isso significa, um fio de cabelo tem a espessura de 50 mil nanômetros.

Assim, ao se utilizar a nanotecnologia, trabalha-se com estruturas minúsculas cujas dimensões são inferiores à milionésima parte do milímetro, que são moléculas mais ou menos complexas, capazes de executar funções especializadas, tecnicamente muito interessantes.

No entanto, a nanotecnologia ainda dá seus primeiros passos, visando obter o melhoramento dos sistemas de construção, possibilitando a fabricação de produtos mais duráveis, limpos, seguros e inteligentes, tanto para a casa, como para as comunicações, os transportes, a agricultura, a medicina e a indústria em geral, beneficiando principalmente o meio ambiente.

A nanotecnologia é o resultado de uma junção de várias ciências como a  Física, a Química, a Biologia, a Matemática, a Medicina, a Informática e de diversas Engenharias. Através da junção destas várias áreas do conhecimento, pretende a miniaturização ao extremo.

Entre os produtos já existentes no mercado do vidro graças à nanotecnologia,  podemos destacar os vidros autolimpantes e o spray de vidro líquido que protege qualquer superfície de danos causados por água, radiação ultravioleta, sujeira, calor e bactérias.

O vidro autolimpante é capaz de eliminar sozinho a poeira que cai sobre ele. Isso é possível devido uma camada ultra-fina que recobre o lado externo do vidro. Com apenas 40 nanômetros de espessura, a camada é feita de dióxido de titânio. Ela é aplicada no vidro na última etapa de sua fabricação.

A camada de cobertura age de duas formas: na primeira ela quebra as moléculas orgânicas e, na segunda, ela elimina a poeira inorgânica.

A quebra das moléculas orgânicas é feita por um processo chamado fotocatalítico. Os raios ultravioletas do sol reagem com a cobertura de dióxido de titânio do vidro autolimpante e desintegram as moléculas à base de carbono, eliminando totalmente a poeira orgânica.

A segunda parte do processo acontece quando a chuva ou um jato d’água atingem o vidro. O vidro autolimpante é hidrofílico, ou seja, ele tem afinidade com a água. Ao invés de formar gotículas como nos vidros normais, a água se espalha igualmente por toda a superfície, levando com ela toda a poeira. Em comparação com os vidros normais, a água também seca muito mais rapidamente e não deixa aquelas tradicionais marcas de secagem.

Fonte: Jurisway.org / inovação tecnológica