Com suas linhas alongadas, arcos e detalhes na moldura, o espelho veneziano é um clássico que ainda inspira tendências na decoração
A primeira vez que o ser humano viu seu reflexo foi na água. Isso deve ter mudado em cerca de 3000 a.C., quando povos da atual região do Irã passaram a usar areia para polir metais e pedras. Esses espelhos refletiam apenas contornos e formas. As imagens não eram nítidas e o metal oxidava com facilidade.
Pouco mudou até o fim do século XIII. Nessa época, o homem já dominava técnicas de fabricação do vidro, mas as peças eram claras demais, e por isso não tinham nitidez. Até que, em Veneza, alguém teve a idéia de unir o vidro a chapas de metal. Surgia assim o espelho como o conhecemos até hoje.
Mas este era um produto raro e caro. Os chamados espelhos venezianos eram mais valiosos que navios de guerra ou pinturas de gênios da Renascença e um de seus exemplares está exposto no Museu do Louvre. A democratização do artigo começou em 1660, quando o rei da França Luis XIV (1638-1715) ordenou que um de seus ministros subornasse artesãos venezianos para obter o segredo deles. O resultado pode ser conferido na sala dos espelhos no palácio de Versalhes.
Com o advento da Revolução Industrial, o processo de fabricação ficou bem mais barato e o preço caiu.
Fonte: Espelhoveneziano.com / ambiancems