Acionistas da Apple criticam o custo dos 6 mil m² de vidros curvos, com 12 metros de altura, especificados na fachada do novo campus. A obra está fora do prazo e US$ 2 bilhões acima do orçamento.
Uma matéria publicada nessa última quinta-feira (04) pelo site Bloomberg Businessweek, revelou o enorme descontentamento por parte dos acionistas da Apple com o aumento do custo das obras de sua nova sede em Cupertino, na Califórnia. De acordo com pessoas próximas ao projeto, assinado pelo renomado escritório de arquitetura Foster + Partners, o custo estimado do novo campus saltou dos US$ 3 bilhões para US$ 5 bilhões e seu prazo foi prorrogado por mais um ano.
Os planos do projeto foram apresentados em 2011 por Steve Jobs, alguns meses antes de seu falecimento. O ex-CEO da Apple, esteve na Câmara Municipal de Cupertino para apresentar os planos da empresa: um prédio em formato de nave espacial capaz de comportar 13 mil pessoas.
O novo edifício será erguido em um terreno de 260 mil m² e seu ousado formato circular será revestido por painéis de vidro curvo com 12 metros de altura. “É um círculo. É tudo curvado. Se você vai construir, esse não é o modo mais barato. Não há um pedaço plano de vidro, é tudo curvo. Nós usamos a nossa experiência adquirida na construção de prédios ao redor do mundo, e sabemos como fazer os maiores vidros para fins de arquitetura”, destacou Jobs.
Entre outras extravagâncias arquitetônicas, os valores gastos com os vidros e o prazo para sua fabricação são alguns dos itens mais criticados pelos investidores. De fato, a construção demandará aproximadamente 6 mil m² de vidros curvos, todos eles fabricados pela Seele, em sua unidade em Gersthofen, Alemanha.
A companhia alemã é a responsável pelas escadas de vidro de muitas lojas da Apple, bem como a fachada do cubo de vidro da Apple Store em Nova York. No Brasil, a Seele executará uma arrojada cobertura de vidro em forma de onda no CasaShopping do Rio de Janeiro.
Peter Arbour, arquiteto da Seele, afirma que será a primeira vez que uma empresa irá beneficiar um vidro com estas dimensões. Para atender ao projeto, a fabricante dobrou sua capacidade e ainda criou um novo método para curvar vidros. Enquanto processos convencionais moldam os vidros em fornos de curvatura, a Seele desenvolveu um processo para curvar a frio, proporcionando vidros com superfícies mais transparentes e sem distorções.
Fonte: Bloomberg Businessweek