Ventosas aderem à face de vidro dos painéis solares e um braço robótico os coloca no lugar guiado por câmeras que dão ao robô uma visão tridimensional da instalação.
Depois do Greenbotics, robô desenvolvido para limpeza de painéis solares, empresas alemãs investem no desenvolvimento de robôs móveis capazes de instalar grandes painéis em uma matriz solar terrestre.
De acordo com a Gehrlicher e a PV Kraftwerker, empresas alemãs especializadas em parques solares, instalações que antes exigiam 35 trabalhadores podem agora ser realizadas com apenas três trabalhadores em um oitavo do tempo.
Em uma planta solar de 14 megawatts, a PV Kraftwerker estima que o custo de sua instalação manual giraria em torno de 2 milhões de dólares. Com o robô este custo cairia pela metade. A empresa diz que o robô, que custa U$900.000, poderia se pagar em menos de um ano de uso constante.
A ajuda robótica poderia ser uma vantagem dado aos planos ambiciosos da Alemanha de conseguir um terço de sua eletricidade a partir de fontes renováveis dentro de oito anos e 80% em 2050.
A PV Kraftwerker, apresentou seu projeto de robô a partir de componentes off-the-shelf japoneses. A máquina consiste em um braço robótico montado sobre um veículo que se movimenta por esteiras. Ventosas aderem à face de vidro dos painéis solares e o braço os coloca no lugar, guiado por câmeras que dão ao robô uma visão tridimensional da instalação.
Limitações do robô dão uma idéia do quão difícil será automatizar completamente o processo de instalação. A maior parte da energia solar na Alemanha é gerada por painéis instalados em coberturas, mas a forma e a orientação dos telhados são muito variadas para os robôs manusearem.
Christian Hoepfner, diretor científico do Centro Fraunhofer para Sistemas Sustentáveis de Energia, concorda que o papel dos robôs será limitado. “Mas eu posso ver a beleza disso para as grandes instalações terrestres”, diz ele. “Quando você pensa em enormes campos cobertos com painéis idênticos, você pensa: ‘Por que não ter um robô para fazer isso?’ À medida que o tamanho das instalações aumenta, fica inevitável.”
Até agora, o robô da PV Kraftwerker pode fazer apenas uma coisa: colocar painéis sobre uma estrutura metálica que os humanos já instalaram. Duas pessoas caminhando ao lado do robô aparafusam os painéis à moldura e fazem as conexões elétricas.
Além disso, a instalação robótica pode se tornar mais comum à medida que outros componentes se adaptam à automação. A PV Kraftwerker e outras empresas também estão desenvolvendo robôs que, guiados por GPS, podem martelar estacas no chão e, em seguida, montar painéis sobre elas, eliminando a necessidade de trabalhadores para instalar molduras.
Os módulos solares mais recentes podem ser afixados ou colados na posição ao invés de parafusados. Plugs especiais poderiam até mesmo permitir que robôs fizessem as ligações elétricas.
Robôs como esse poderiam ser úteis para trazer eletricidade para ambientes inóspitos. O governo do Japão encarregou a PV Kraftwerker de desenvolver uma versão do seu robô que pudesse instalar uma planta de energia solar em grande parte por conta própria em áreas radioativas perto do local do desastre nuclear de Fukushima.
Fonte: Technology Review