Vidro antirradiação é testado por cientistas russos em cabines de caças

O revestimento de proteção solar e radioativa para vidros, composto por várias camadas de metal, reduz o calor solar em 40% e a radiação em 30%

Cabine com Vidro Antirradiação do Caça T-50 PAK-FA
O lado revestido do vidro antirradiação fica voltado para o lado interno da cabine dos aviões de caça. Na imagem, o T-50 da PAK FA, substituto do MiG-29 e Su-27, utilizado pela Força Aérea Russa

 

Utilizados, principalmente, em salas de radiografia, radioterapia e em laboratórios de pesquisas e de testes de materiais, os vidros antirradiação protegem profissionais e pacientes contra os raios X e Y, extremamente nocivos à saúde.

Originalmente eles foram criados pela empresa alemã Schott, que os comercializa como vidro plumbífero, mas agora, cientistas do Centro de Pesquisa e Produção Tecnológica, em Moscou, Rússia, criaram uma nova aplicação para o material. A partir de um revestimento de proteção solar e radioativa para vidros, os pesquisadores russos aplicaram o material em cabines de aviões de combate.

De acordo com o Gazeta Russa, o revestimento, composto por várias camadas de metal aplicadas no lado interno da janela, reduz o calor solar em 40% e a radiação, em 30%.

De acordo com Valêri Temníkh, diretor do departamento responsável pela criação, o novo aparato diminui também 250 vezes a radiação eletromagnética, além de aumentar a resistência e durabilidade dos vidros.
“As várias nanocamadas de metais são sobrepostas até se atingir uma luminosidade não inferior a 70%”, explica.

Temníkh explica que a radiação é refletida pelos vidros revestidos por uma camada protetora de cerca de 80 nanômetros de espessura e, já enfraquecido, espalha-se em diferentes direções.

O novo revestimento é utilizado nos aviões de caça T-50 (PAK FA), MiG-29K, Su-30 e bombardeiros Su-34.
No fim de março, o jornal “Izvéstia” havia publicado que o Tecnológuia também revestiu os vidros da cabine do caça T-50 com uma película de ouro a fim de protegê-lo das ondas de rádio e radiação solar.

Segundo o engenheiro-chefe do centro de pesquisa, Vladímir Vikúlin, para a criação dessas películas protetoras é usado também estanho.

A espessura de cada camada é de 20 nanômetros, enquanto cada película pronta tem, no máximo, 90 nanômetros de grossura.