Residência é erguida entre a mata e o mar, através de solução construtiva versátil, com execução ágil e sem desperdícios
Em um amplo lote de esquina, com 2.141m², a cinco minutos da praia e junto a uma mata protegida, surge o desejo dos proprietários em ocupar o terreno com uma casa de arquitetura contemporânea. Definida por dois pavimentos, espaços amplos, integrados e abertos para o entorno, além de uma grande piscina. Outro desejo era que a execução fosse rápida e que interferisse o mínimo no meio ambiente.
O arquiteto escolhido para dar forma à casa, o jovem paulista André Luque, já era conhecido no condomínio Busca Ville, na praia de Busca Vida, em Camaçari, município da região metropolitana de Salvador. Ainda recém-formado (pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, 2002), construiu na região a casa de uma tia que se mudara de São Paulo para Camaçari. Desde essa primeira obra, os convites não cessaram.
O programa de necessidades da Casa Azul e Branca foi definido durante longas conversas do arquiteto com os clientes, que lhe deram total liberdade de criação. O casal, sem filhos, gosta de receber parentes e amigos que curtem o contato direto com a natureza, a boa comida e banhos de piscina.
André Luque procurou entender os desejos dos clientes e traduzi-los em forma e função. “Acho que entendi bem, pois eles aprovaram logo a primeira versão do estudo preliminar”, diz.
A casa de 615 m² de área construída foi implantada na parte mais alta do terreno, e a distribuição do programa procurou garantir a privacidade dos moradores: os espaços sociais no térreo, e os íntimos no piso superior. No térreo, de frente para a rua, foram instaladas garagem, cozinha gourmet e convencional, e as áreas de serviços e de empregados.
O lado oposto, na face norte, voltado para o verde da mata, foi ocupado pelos grandes ambientes de estar, jantar e escritório, que receberam generosas aberturas de portas de correr de vidro temperado. Alinhados a essa fachada norte estão o espelho d’água, a piscina e o deck de madeira. Todos recebem muito sol e desfrutam de uma perfeita integração com a natureza. No pavimento superior ficaram concentradas duas suítes para hóspedes, além de uma suíte máster com um grande terraço, rouparia e copa.
A entrada social da residência é marcada por um imponente pórtico metálico, com pergolado horizontal, que protege o interior do forte sol do poente. O acesso é feito por uma passarela de madeira, configurada como um deck sobre um espelho d’água, que leva ao amplo salão de estar. Este espaço, de frente para a fachada norte, conecta-se tanto com o exterior quanto com os demais ambientes da casa. O fechamento de toda a fachada norte, com grandes portas de correr de vidro temperado, propicia integração com o exterior e generosas vistas para a mata preservada. A fachada envidraçada é protegida do sol e da chuva pela projeção em balanço da estrutura metálica da cobertura, que foi fechada por tecido branco perfurado, tensionado por cabos de aço fixados nas vigas, o que imprime leveza e fluidez à fachada da residência.
Para atender às várias injunções do projeto, André Luque optou por uma estrutura de perfis de aço, o que possibilitou a execução dos grandes balanços propostos, e conferiu o partido contemporâneo desejado pelos clientes.
Do ponto de vista construtivo, o aço permitiu, ainda, a desejada rapidez de execução da obra, evitando grandes interferências no canteiro e desperdícios de material e de recursos naturais.
Luque diz que as dimensões dos perfis utilizados foram as de padrão industrial, uma vez que a execução de peças sob medida sairia muito cara. A estrutura metálica chegou pronta e pré-pintada à obra, onde foi montada e parafusada. Concluída a montagem, a estrutura recebeu a pintura definitiva.
Os fechamentos foram executados em alvenaria convencional e vidro. O piso da casa foi executado na obra, em granilite branco. Para os ambientes internos, o arquiteto desenvolveu um sistema de iluminação embutida nos pilares metálicos.
Fonte: Casa e Imóveis