Matéria-prima estratégica para uma série de indústrias, setor de fibras de vidro recua devido atrasos dos programas governamentais e real valorizado
A indústria brasileira de materiais compósitos, também chamados de plástico reforçado com fibras de vidro (PRFV), faturou R$ 703 milhões no segundo trimestre, queda de 1,7% em comparação aos primeiros três meses do ano. O consumo de matérias-primas recuou 1.400 toneladas, fechando em 45.500 toneladas (-2,8%). Os números fazem parte do último levantamento da Maxiquim, consultoria contratada pela Associação Brasileira de Materiais Compósitos (Abmaco).
O desempenho do segundo trimestre levou a Maxiquim a rever suas projeções para 2011. Agora, a empresa estima que haverá um aumento de 7,9% da receita do setor de compósitos, totalizando R$ 2,788 bilhões – esperava em março uma alta de 8,2%. Em termos de volume, a Maxiquim calcula que o Brasil processe 211.000 toneladas, 3,2% a mais do que foi registrado em 2010, mas abaixo da primeira estimativa, que era de 214.000 toneladas.
“Essa queda não era esperada, e parte foi em função do atraso dos programas governamentais, como PAC 2 e Minha Casa, Minha Vida 2. Destaque também para a valorização do real, que anula a competitividade das empresas brasileiras, assim como promove a redução de estoques dos principais consumidores graças ao custo do capital. Outro fator relevante é o reflexo antecipado da crise mundial. Aliás, estamos preocupados com esse novo cenário global, mas o momento não é de estagnação, e sim de reação, para que possamos fechar o ano com um crescimento próximo a 8%. Inovação, educação, eficiência e criatividade serão palavras de ordem para o segundo semestre”, comenta Gilmar Lima, presidente da Abmaco.
Os compósitos são materiais conhecidos pelos elevados índices de resistência mecânica e química, bem como pela versatilidade – há mais de 40 mil aplicações catalogadas em todo o mundo, de caixas d´água a peças de aviões. Situada em São Paulo, a Abmaco tem cerca de 300 associados e mantém, em conjunto com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Centro Tecnológico de Compósitos (Cetecom), o maior do gênero na América Latina.
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