Em nome da integração de ambientes e iluminação natural, vidro ganha diversas possibilidades de transparência em projetos de interiores
A tendência da arquitetura residencial em buscar a máxima integração dos ambientes cria uma demanda cada vez maior por grandes áreas transparentes.
Como solução, o vidro aparece sendo único produto que permite aliar privacidade à integração com o entorno. Ao mesmo tempo que protege, ele dá a liberdade de privilegiar as vistas, assim como admitir luminosidade natural. É por isso que cada vez mais arquitetos, engenheiros e especificadores de vidros vêm abrindo mão dos materiais opacos tradicionais.
“As pessoas estão mais sensíveis a propostas que envolvam Transparência”, observa o arquiteto Valério Pietraroia, do escritório paulista NPC Arquitetura. Essa tendência está de acordo com as novidades em matérias-primas. “E a tecnologia fez com que os vidros passassem por uma evolução. Hoje, só o fechamento transparente não basta – é preciso oferecer valor agregado, como isolamento termoacústico e segurança”, revela Elisabeth Abduch, arquiteta e consultora especializada em vidros.
"Para dar ênfase à parte social desta casa, que tem um living extenso, um painel de vidro curvo de 22 m de comprimento contorna o ambiente e permite a entrada generosa da luz natural. No centro, o desenho abraça a obra de arte de Artur Lescher", conta o arquiteto Ruy Ohtake, de São Paulo, autor do projeto. Três aberturas laterais dão passagem para o jardim. Trabalho da Penha Vidros.Presos na laje e no piso de tábuas corridas, dois trilhos sustentam a placa de vidro fixa (3,90 x 2,80 m), com película plástica vermelha (Saflex). "Queria uma solução rápida e diferente para separar a sala de jantar do living sem perder a sensação de aconchego. O vidro transparente temperado de 9 mm de espessura pode mudar de cor com a troca do acabamento", detalha a arquiteta Brunete Fraccaroli, que criou o ambiente. Alterar a cor é simples, uma vez que a película está apenas colada nele.Ao acionar o comando por dimmer, o vidro laminado privacy Glass, da Pko (15 mm), muda de transparente para opaco graças ao filme interno de cristal líquido. "Escolhi esse recurso para demonstrar que dá para ter privacidade mesmo com o uso de transparência", revela a arquiteta paulistana Ana Paula Faria, autora desta proposta para a última Casa Cor São Paulo. A versão leitosa impede a visão, mas ainda há passagem de luz. O efeito artístico deste painel (1,75 x 2,50 m) foi obtido com fitas brancas adesivadas na instalação entre duas placas de vidro temperado iguais, que formam um sanduíche com 20 mm de espessura. "Como o ambiente social deste apartamento é amplo, pensamos em criar divisórias, mas sem impor barreiras visuais. O elemento translúcido integra os espaços", conta Patricia Anastassiadis, arquiteta de São Paulo responsável pela ideia. Trabalho da Comovil.Para aproveitar a vista da mata nativa ao redor desta casa, o arquiteto Frederico Zanelato, de são Paulo, investiu nos cobogós de concreto (Facital) recheados de vidro comum de 3 mm de espessura. "Como os elementos vazados já possuem rebaixo, assentamos as placas com massa de vidraceiro. Depois pintamos as peças com tinta acrílica branca", revela o profissional. o rejunte entre elas foi frisado com o auxílio de uma placa de madeira e um prego.
