Governos estadual e municipal, Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, empresários, administradores de condomínios e cooperativas de catadores uniram-se em torno de um projeto comum
06/08/2010
Formar uma verdadeira cadeia de reciclagem de lixo na capital fluminense para alcançar a meta de, a curto prazo, triplicar o volume de material reciclado na cidade. O ato, denominado Pacto pela Reciclagem, teve um termo de compromisso assinado por todos na quinta-feira (5).
Antes da assinatura, cada um dos atores da iniciativa fez uma exposição das tarefas a que se comprometiam executar para alcançar a meta. O pacto foi elaborado a partir de reuniões ocorridas na Alerj, nos últimos três meses, nas quais cada setor envolvido com a reciclagem apontou os principais obstáculos e se comprometeu com ações para ampliar a coleta seletiva do Rio.
Dentro do pacto, a Secretaria do Ambiente e o Instituto Estadual do Ambiente se comprometeram, entre outras ações, a apoiar a Comlurb na disponibilização de área para a construção de galpões; ampliar o Projeto de Coleta Seletiva Solidária, financiado com recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental, agora envolvendo os condomínios vinculados à Abadi; apoiar a estruturação das cooperativas de catadores de materiais recicláveis; e ampliar a rede de apoiadores do Centro do Rio, organizado pela Comlurb.
Segundo a secretária Marilene Ramos, a união de esforços permitirá triplicar, a curto prazo, o lixo reciclado no Rio, hoje em cerca de 3% do total de material reciclável coletado. Das 8.000 toneladas diárias de lixo domiciliar coletadas, 40% poderiam ser destinados à reciclagem.
– A meta a longo prazo é chegar a 30%, talvez até aos 40%, índices considerados viáveis economicamente, mas, queremos chegar já aos 10%, dentro de um ano, no máximo, dois anos. Com isso, o pacto também vai gerar emprego e renda para uma parte da população que não tem outra forma de sobrevivência e que, muitas vezes, trabalha em condições inadequadas, insalubres. Vamos proporcionar condições para que esse pessoal trabalhe em lugares adequados e com segurança.
arilene Ramos ressaltou ainda o potencial dos benefícios ambientais e econômicos proporcionados pelo pacto.
– A coleta seletiva propiciará economia de energia, economia de recursos naturais, cuja exploração pode ser substituída por material reaproveitado, economia de espaços nos aterros sanitários que deixam de receber uma parte do lixo coletado, enfim, uma economia em todos os aspectos.
O presidente da Comissão Permanente de Ciência e Tecnologia da Alerj, Carlos Minc, informou que tramita na casa um projeto de lei, que deverá ser aprovado em breve, desonerando o ICMS sobre o material reciclado.
– Isso vai fazer com que este material fique mais interessante para as empresas comprarem. Nosso objetivo é para que o plástico e o vidro virem que nem latinha de cerveja e refrigerante.
Ele adiantou que a indústria também vai apoiar as cooperativas a atingirem a meta, assumida com o pacto, de aumentar em 50% o material reciclado. O secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz, informou que a prefeitura vai construir, até o fim do ano, numa área desapropriada, de cinco mil metros quadrados, perto da Central do Brasil, o primeiro dos seis galpões para coleta seletiva de lixo, que vão acabar com o problema das cooperativas de catadores, hoje trabalhando a céu aberto. Este é um dos compromissos da prefeitura assumidos com o pacto, ao lado da implantação do Programa de Coleta Seletiva Solidária nos 2.110 prédios da administração pública municipal, entre outras medidas.
Fonte: R7 notícias