Pernambuco atrai investimentos do setor automotivo e vidreiro

Chegada da Chrysler poderá gerar onda de investimenos, atraindo empresas da cadeia de suprimentos

Complexo Portuário de Suape, Pernambuco
Complexo Portuário de Suape, Pernambuco

Desde que foi fundada, em 1958, a fabricante de baterias Moura concentra a produção em Belo Jardim, cidade do agreste pernambucano a 2,5 mil quilômetros do ABC paulista, onde está o principal polo da indústria automobilística. A distância não impediu, porém, que a empresa consolidasse operações no país, tornando-se uma das mais importantes e renomadas do setor de autopeças. Com a chegada da Chrysler a Pernambuco, a Moura poderá experimentar em breve as vantagens de ter uma montadora no seu “quintal”. Para atender à nova vizinha, a empresa vai investir R$ 500 milhões nos próximos anos para dobrar a capacidade de produção.

O plano de investimentos da Moura prevê a construção de novas fábricas, todas em Pernambuco, sendo uma já garantida para o Complexo Portuário de Suape, mesmo local onde se instalará a primeira montadora de Pernambuco. O decreto que regulamenta incentivos fiscais para o Nordeste foi publicado no Diário Oficial da União na sexta-feira. A assinatura do decreto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estará em Pernambuco amanhã, foi condição fixada pelo grupo Fiat, que controla a Chrysler, para erguer uma fábrica da montadora americana em Pernambuco.

A expectativa do governo de Pernambuco é que com a chegada de uma fábrica de veículos, Suape atraia uma onda de investimentos da cadeia de suprimentos. Segundo fontes, deve ser anunciada nos próximos dias uma fábrica de pneus em Suape. “Nosso papel agora é mostrar para esses fornecedores que é mais barato produzir aqui”, explicou o presidente da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper), Jenner Guimarães.

Um dos interessados é o grupo pernambucano Cornelio Brennand, que está erguendo uma fábrica de vidros planos no município de Goiana, a 65 quilômetros do Recife. A unidade irá receber aporte de US$ 200 milhões e deve ficar pronta no final de 2012. O grupo tem interesse em participar do setor automotivo. “A conversão dos nossos vidros para a indústria automotiva vai demandar investimento adicional de US$ 40 milhões”, disse o diretor-executivo, Paulo Drummond.

Fonte: valoronline