Advento das Olimpiadas e Copa promete aquecer a construção civil

Com tantos projetos a cidade do Rio poderá se tornar um pólo da arquitetura

Muitas obras estão previstas para as Olimpíadas de 2016 e a Copa de 2014 no Rio de Janeiro. E consequentemente espera-se um aquecimento do mercado da construção civil, transformando a cidade em um grande canteiro de obras. Alavancando as receitas de setores como o vidro, cimento, siderurgia e correlatos.

Se a cidade será um grande pólo da arquitetura mundial não sabemos. O investimento será grande e, portanto, grandes serão os riscos de prazos de conclusão no limite, assim como orçamentos super faturados.

A seguir estão alguns dos principais projetos, que visam revitalizar e difundir a arte e a cultura pela cidade. Guardem bem as datas de entrega dessas obras e também o orçamento. Precisamos ter esses números em mente para cobrarmos com consciência.

Projeto – AquaRIO

Projeto - AquaRIO

O AquaRio será o maior aquário marinho da América Latina. Com 27 mil metros quadrados de área construída, terá 12 mil animais marinhos, de 400 diferentes espécies, inseridos em um ambiente capaz de conter mais de cinco milhões de litros de água. A previsão é de que seja inaugurado em agosto de 2012, e a estimativa de público anual é de 1,5 milhão de pessoas. O projeto do Aquário do Rio de Janeiro é o primeiro empreendimento privado a participar do “Porto Maravilha,” programa de revitalização da área portuária da cidade. Lançado em junho, o programa também contará com recursos da Prefeitura do Rio e do Governo Federal.

O projeto, a cargo do arquiteto Alcides Horacio Azevedo, inclui a preservação das fachadas frontais, protegidas pelo Patrimônio Cultural. O terreno escolhido para a construção do aquário foi concedido pela Prefeitura do Rio por um período de 50 anos. “O AquaRio, além de se tornar uma atração permanente do projeto Porto Maravilha, será um expressivo testemunho de que preservação e modernidade podem e devem caminhar juntas na revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro”, afirma o arquiteto que já foi várias vezes premiado pela elaboração de projetos de recuperação de patrimônios históricos.

Projeto – Cidade da Música

Projeto - Cidade da Música

Nova sede da Orquestra Sinfônica Brasileira e o principal centro de espetáculos musicais do estado do Rio de Janeiro, a Cidade da Música abrigará a maior sala de concertos de orquestra sinfônica e ópera da América Latina, com até 1.800 lugares. O conjunto possui aproximadamente 95 mil metros quadrados e conta, além das salas de concerto e música de câmara, 13 salas de ensaio e salas de aula. Do terraço, tem-se uma visão panorâmica da região, que abrange a praia da Barra e a Baixada de Jacarepaguá. Dois acessos estão em fase de finalização e devem unir a Cidade da Música ao Terminal Alvorada.[1]

Cidade da Música com as obras paralisadas pelo novo prefeito do Rio, para realização de auditoria nas contas do projeto. Localizada no Trevo das Palmeiras, Barra da Tijuca Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, o projeto, de autoria do arquiteto francês Christian de Portzamparc e bancado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, foi apresentado em outubro de 2002, prevendo gastos de R$ 80 milhões e inauguração no fim de 2004.[5]. Contudo, tanto o orçamento quanto os prazos de conclusão sofreram grandes aumentos.

Projeto – Complexo Hotel Paineiras

Projeto - Complexo Hotel Paineiras

O programa foi distribuído conforme as possibilidades das edificações existentes, pensando-se sempre em uma lógica de utilização integral dos espaços, diz o memorial descritivo da obra. O projeto prevê a criação de uma praça ao lado do hotel, que servirá como uma espécie de cobertura à estação de trem e aos estacionamentos subterrâneos do empreendimento, e será o acesso principal do complexo. Esta praça será transformada em um museu a céu aberto, com informações e dados ecológicos da natureza local.

Já o hotel sofrerá grandes modificações somente a partir do terceiro pavimento. No térreo estarão o saguão de recepção e os espaços de exposições do complexo. Já no subsolo ficarão os ambientes de apoio do hotel e uma única cozinha central, que atenderá tanto ao restaurante superior como à lanchonete e ao café. Os antigos apartamentos, recuperados e adaptados, ocuparão os dois mesmos pavimentos originais, de 1921.

Na antiga cobertura do hotel, porém, os arquitetos não seguirão o projeto original e construirão um novo bloco sobre o edifício, que abrigará o Centro de Convenções, com o auditório, salas de conferências e serviços correlatos. “Entre o novo e o antigo [bloco], na antiga cobertura, os apartamentos do terceiro pavimento, não constante do projeto original, foram removidos e um novo restaurante panorâmico desfruta da belíssima vista até o mar”, diz o memorial.

Projeto – Museu da Imagem e do Som

Projeto - Museu da Imagem e do Som

O projeto de Elizabeth Diller e de Ricardo Scofidio propõe a “verticalização” do calçadão de Copacabana para a nova sede do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. O prédio de cinco pavimentos será concebido como se fosse um fole de sanfona na horizontal, com escadas e rampas fazendo o acesso aos andares. Vidros permitirão a visualização interna do museu pelas pessoas que circulam do lado de fora.

Internamente, o novo MIS terá salas de exposição fixas e temporárias, biblioteca, videoteca, café, restaurante, espaço para shows, palestras e até um auditório para projeções no topo do prédio, ao ar livre. Além disso, a edificação também possuirá dois pavimentos de estacionamento e salas reservadas para a administração do museu.

De acordo com informações do Governo do Rio de Janeiro, as obras do futuro MIS devem se iniciar em até dois meses e a perspectiva é de que o espaço seja aberto ao público em abril de 2012. O projeto está orçado em R$ 65 milhões, sendo que cerca de R$ 50 milhões virão do Estado e o restante será captado por iniciativa privada.

Projeto – Museu da Arte do Rio

Projeto - Museu da Arte do Rio

O museu será instalado no Palacete Dom João VI – construído em 1916 e tombado no ano 2000 pelo Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural – , e no prédio de estilo modernista ao lado, onde funcionam atualmente o Hospital da Polícia Civil e o terminal rodoviário Mariano Procópio.

Segundo os arquitetos Paulo Jacobsen e Thiago Bernardes, o principal desafio do projeto foi justamente criar uma unidade entre os dois prédios existentes. Para isso, os arquitetos começaram a concepção do trabalho pensando no fluxo dos visitantes de modo que o museu funcionasse de forma integrada e eficiente.

“Propusemos a criação de uma praça suspensa na cobertura do prédio reunindo todos os acessos, além de um bar e uma área para eventos culturais e atividades de lazer. Dessa forma, a visitação será feita de cima para baixo”, contou Paulo Jacobsen.

Em seguida, os arquitetos pensaram no elemento de interseção dos dois prédios. A união será feita por meio de duas passarelas translúcidas, cobertas, e uma cobertura suspensa, que possui uma estrutura fluida, extremamente leve, simulando a ondulação da superfície da água. Considerada o grande marco do museu, a cobertura será vista tanto de baixo, para quem esta chegando à Praça Mauá, quanto de cima, para quem está no Morro da Conceição.

Em função de seus grandes pés-direitos e da planta livre de estrutura, o Palacete vai abrigar as salas de exposição do museu. No prédio modernista ficará a Escola do Olhar, também com salas de exposição temporárias, salas de aula e áreas de administração.

Já o pilotis, hoje utilizado como acesso para a rodoviária, será transformado em um grande foyer, também com áreas expositivas, jardins e auditório. A marquise do terminal rodoviário, por fim, abrigará os serviços do museu.

O MAR terá ao todo 8,5 mil m² e deverá ser inaugurado no início de 2012. O investimento é estimado em R$ 43 milhões.

Projeto – Museu do Amanhã

Projeto - Museu do Amanhã

Segundo informações da Fundação Roberto Marinho, o Museu do Amanhã terá dois níveis conectados por rampas. No térreo, ficarão a loja, auditório, restaurante, salas de exposições temporárias e salas de pesquisa e ações educativas, além das áreas administrativas do museu. Já no pavimento superior estarão as salas das exposições permanentes, um belvedere para contemplação da vista e um café.

Santiago Calatrava assina o projeto do Museu do Amanhã, no Rio

O grande destaque do projeto, no entanto, é a parte externa. Na fachada, o prédio terá grandes estruturas dinâmicas, que se movimentam e servem não só para oferecer sombra, mas também para a colocação de placas fotovoltaicas. Dependendo da hora do dia, o edifício pode ter sua aparência exterior alterada, já que os coletores se ajustarão para melhorar a captação de energia solar.

Calatrava também criou um espelho d’água ao redor do prédio, que servirá não só para mimetizar o museu com as águas da Baía de Guanabara, como também para mostrar como funciona um sistema de filtragem da água do mar. Além disso, a água vai gerar um microclima mais ameno em volta do Museu. O projeto ainda aproveita, ao máximo, a ventilação natural e a ventilação cruzada, sempre que possível.

A proposta do museu é criar uma experiência da passagem do hoje para o amanhã em que o presente opera como um portal. Um dos eixos ao longo dos quais se estrutura a construção é o da polaridade entre as ciências cósmicas e as terrestres

O empreendimento é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, com realização da Fundação Roberto Marinho, e tem sua inauguração prevista para o segundo semestre de 2012. As obras devem começar no primeiro trimestre de 2011.